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Agro
Quarta, 28 de janeiro de 2015, 21h32

Área de refúgio é essencial para o controle de pragas


Plantações de culturas transgênicas Bt, como milho, soja e algodão, precisam manter uma área da lavoura somente com plantas convencionais não transgênicas. A falta dessa medida preventiva, conhecida como área de refúgio, acaba provocando a seleção de insetos-praga cada vez mais resistentes, tornando inócua a ação desejada dos transgênicos.

"A área de refúgio é a principal estratégia que os produtores têm para evitar a quebra de resistência dos transgênicos, mantendo o equilíbrio ecológico e a produtividade das lavouras", diz a pesquisadora Simone Martins Mendes, da Embrapa Milho e Sorgo, de Sete Lagoas-MG.

Segundo o pesquisador José Magid Waquil, o produtor que não utilizar a área de refúgio pode ser o primeiro a sofrer com os prejuízos, pois quando não há estímulos à migração, a tendência das mariposas emergidas numa determinada área é permanecer no local. "É recomendado que, além de plantar a área de refúgio, o produtor faça uma rotação do seu híbrido, utilizando diferentes eventos de Bt na sua área plantada, principalmente onde já foi observada ocorrência de lagartas. Além disso, o produtor deve utilizar híbridos de milho expressando mais de uma proteína Bt e deve evitar o uso do mesmo evento Bt utilizado no ano anterior", enfatiza Waquil.

O milho Bt, atualmente comercializado no Brasil, pode expressar em seus tecidos eventos com uma, duas ou até três proteínas obtidas da bactéria "Bacillus thuringiensis", e tem como pragas-alvo algumas espécies de lagartas (Lepidopteros) e a larva-de-diabrótica (coleoptera), que causam prejuízos à cultura do milho.

Mendes acrescenta que na lavoura de milho Bt também ocorre uma otimização das tarefas de tratos culturais. "Porém, para obter êxito em sua plantação, o produtor precisa adotar práticas como o uso da área de refúgio e cumprir as normas de coexistência com as cultivares convencionais", orienta.

A pesquisadora explica que o principal papel do milho Bt, no manejo de pragas, é reduzir os danos causados pelas lagartas. "Essa tecnologia deve ser vista como mais uma opção para o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e pode, se bem manejada, reduzir a utilização de inseticidas químicos, o que favorece o estabelecimento do controle biológico", diz Mendes.

"Assim, torna-se imperativa a utilização da área de refúgio com cultivares não Bt, reduzindo a velocidade de seleção de insetos resistentes. Como a função da área de refúgio é produzir indivíduos suscetíveis à tecnologia Bt, não se deve utilizar bioinseticida à base de Bt para pulverizar essa área e deve-se estabelecer um programa de manejo integrado de pragas, para reduzir a pulverização com inseticidas convencionais", pontua a pesquisadora.

 

Recomendações O percentual da área da lavoura a ser semeado com milho não Bt, de acordo com a recomendação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), é de 10% do total da lavoura, independentemente da tecnologia utilizada em milho, e 20% para soja. Para algodão, no entanto, varia de 5 a 20% (ver Tabela 1).

A área de refúgio deve ser semeada com cultivares de iguais portes e ciclos aos do milho Bt, bem como é preciso observar que o refúgio não deve estar a mais de 800 metros de distância das plantas transgênicas. "Esse sincronismo entre o desenvolvimento das plantas Bt com as não Bt permite o desenvolvimento de mariposas (adultos das lagartas) na área de milho Bt, simultaneamente com as emergidas na área de refúgio. Assim, ocorre o aumento de chances de acasalamento entre esses adultos, pois as mariposas não se dispersam por mais de 800 metros", explica Mendes.

"Quando as dimensões das glebas cultivadas com milho Bt forem acima de 800 metros de comprimento, serão necessárias faixas de refúgio internas nas respectivas glebas, semeadas simultaneamente", orienta Paulo Afonso Viana, também pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo. 

 

 

 

 




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