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Agro
Quarta, 11 de março de 2015, 11h13

Demora na liberação de pré-custeio preocupa produtores de Mato Grosso


O período é de planejamento da próxima safra de soja e negociação de insumos

A colheita da safra de soja em Mato Grosso está avançando. Segundo o levantamento divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) no início desta semana, a área colhida chegava a 67% do total. Este é o período em que os produtores rurais planejam a safra 2015/16, com a compra dos principais insumos, mas a falta de liberação de recursos para custeio nos bancos está prejudicando a tomada de crédito.

“Os bancos estão atrasados na liberação de dinheiro para custear a safra. Em fevereiro, quase não houve empréstimos, diferentemente do que ocorreu na última safra”, alerta Adolfo Petry, segundo vice-presidente na região Oeste da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e também coordenador da Comissão de Política Agrícola da entidade.
Segundo dados do Imea, o percentual de empréstimos vindos de bancos federais está diminuindo nas últimas safras – 22% (2013/14) para 19% (2014/15). Por isso, os produtores rurais estão cada vez mais aplicando recursos próprios para financiar a lavoura – 22% (2008/09) para 35% (2014/15).

“O atraso da liberação dos recursos do pré-custeio impacta diretamente na renda do produtor, uma vez que ele perde uma excelente chance de adquirir insumos mais baratos, por não estar no pico de compra. Também perde a oportunidade de aproveitamento do frete de retorno da carga de soja que está sendo transportada para os portos”, relata Petry. Ele informa que a Aprosoja já enviou ofício ao Banco do Brasil relatando a preocupação quanto a este atraso de liberação.

A preocupação não se restringe a aspectos de “dentro da porteira”. O agronegócio é um importante pilar da balança comercial brasileira. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o agronegócio respondeu por 43% das exportações nacionais em 2014, sendo que o complexo soja sozinho responde por 14% da receita total de US$ 225 trilhões registrados no ano passado.

“O setor é o único superavitário da balança comercial brasileira. Se tivermos uma desaceleração brusca, o país como um todo sentirá este baque”, reforça Petry.

Cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, apontam que houve queda do superávit da balança comercial do agronegócio para aproximadamente US$ 80 bilhões. Mesmo ainda superavitário, o valor é insuficiente para compensar todo o déficit comercial gerado pelos outros setores da economia, com aproximadamente US$ 4 bilhões. 




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