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Agro
Quarta, 11 de março de 2015, 12h27

Professor de Agronomia aconselha os agricultores como eles devem evitar as cigarrinhas das pastagens


As cigarrinhas-das-pastagens abrangem diversas espécies e representam um dos principais problemas para a agricultura e pecuária nacional. No Brasil, se avalia, atualmente, que as cigarrinhas ocorrem em cerca de 10 milhões de hectares, provocando prejuízos variáveis entre 10 e 100%, dependendo das espécies, do tipo de gramíneas, das condições de tempo e do manejo das pastagens.

Para o professor Randal Lopes, do curso de Agronomia da UNIC Beira Rio, as cigarrinhas-das-pastagens são a principal praga das pastagens no Brasil e em Mato Grosso. “São insetos sugadores, essencialmente graminícolas. Na fase adulta, os insetos sugam a seiva das folhas e inoculam toxinas, causando intoxicação sistêmica nas plantas (fitotoxemia), que interrompe o fluxo da seiva e, consequentemente, o processo vegetativo da planta. Como sintomas iniciais surgem pequenas estrias longitudinais amareladas, as quais se desenvolvem no sentido do ápice da folha. Em caso de ataque intenso, ocorre o secamento total da pastagem”, afirma.

Lopes ressalta que o período de infestação destes insetos começa a partir de outubro/dezembro período que coincide com o início das chuvas e aumento da temperatura e vai até o mês de março/abril fim do período chuvoso. Neste caso, o rebanho fica sem alimento em pleno período das chuvas, podendo estender essa situação durante a estação da seca, período crítico, quando é mais necessário o uso das pastagens. Nesta ocasião, os insetos podem ser observados no campo, tanto na forma de ninfas como adultos, sugando a seiva das plantas. As ninfas ficam protegidas por uma espuma branca típica, semelhante à saliva, a qual serve como proteção para os raios solares e acertos predadores. Nesta fase, ocorre um desequilíbrio hídrico e o esgotamento dos carboidratos de reserva utilizados no processo de crescimento das plantas.

Randal informa que a ocorrência das cigarrinhas-das-pastagens e seu comportamento estão diretamente relacionados a fatores climáticos, tais como: elevada precipitação, umidade relativa do ar e temperatura. Quando estas pragas encontram o clima favorável, elas botam os ovos e esperam que eles estourem cerca de 22 dias após a postura. Com isso, espera passar pelos diferentes estágios ninfais, até atingirem o estágio adulto, completando o ciclo biológico entre 67 e 69 dias, conforme a espécie. Caso contrário, os ovos entram em aquiescência, se mantendo viáveis durante vários dias no solo, a espera de condições climáticas favoráveis.

“A população de cigarrinhas-das-pastagens durante a estação chuvosa alcança níveis muito altos, podendo-se encontrar até 100 ninfas/m2, causando um grande estrago na lavoura. A solução para este problema é manter no mínimo, cerca de 30% das pastagens formadas com espécies resistentes à praga, evitando a utilização de super pastejo, obedecendo à altura de pastejo recomendada para cada espécie. Outra solução é reduzir a carga animal nas pastagens de gramíneas susceptíveis, durante o pico populacional das cigarrinhas, deslocando a maior parte do rebanho para as pastagens com gramíneas resistentes. Pastagens diversificadas e bem manejadas reduzem acentuadamente o risco representado pelas cigarrinhas-das-pastagens, bem como pelos demais insetos-praga, assegurando níveis adequados de produtividade, sem a necessidade de uso do fogo contra essas pragas”, destacou Lopes.
 




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