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Agro
Segunda, 27 de abril de 2015, 09h35

Crescente demanda de alimentos deve impactar produção agrícola mundial


A demanda por alimentos no mundo é de longo prazo, constante e crescente. Essa foi a mensagem principal do painel "O Cenário Agro Mundial" que faz parte da programação do Seminário Internacional da Integração do Agronegócio com o Sistema Judicial. O evento é realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) em parceria com outras entidades do agronegócio e do sistema judiciário estadual.

O painel contou com a participação do economista sênior do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Levi Flake, da diretora executiva do Comitê Europeu e Direito Rural, da França, Letícia A. Bourges e do Engenheiro Agrônomo e presidente da Comissão de Meio Ambiente da Famato, Ricardo Arioli. A mediação foi feita pelo presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Ricardo Tomczyk.

Flake destacou os fatores que vão impactar os mercados agrícolas dos Estados Unidos e mundial nos próximos dez anos. "O crescimento econômico mundial, o aumento da classe média nos países em desenvolvimento, o crescimento da competição nas exportações, o valor do dólar americano, a tecnologia e a produção mundial de biocombustíveis são alguns dos fatores que mexerão com o cenário agrícola", disse.

Segundo o economista, até o ano de 2025, 53% das famílias no mundo se tornarão classe média, o que ocasionará um impacto na demanda global por alimento devido à maior elasticidade de renda. Entretanto, Flake pontuou que qualquer redução de crescimento ou recessão nos mercados emergentes podem ter impactos negativos significativos para o comércio.

Diante deste cenário, as projeções de longo prazo do USDA preveem a continuação do crescimento robusto das exportações agrícolas durante a próxima década, aumentando em torno de 30% neste período. Tendo como destaque os produtos de alto valor, como as hortaliças e produtos pecuários. Já as exportações de commodities a granel, como grãos e oleaginosas, devem crescer em um ritmo menor do que os produtos de alto valor. Exceto o milho que deve ter o crescimento mais forte.

A diretora executiva do Comitê Europeu e Direito Rural Letícia A. Bourges acredita que reconhecer o papel da agricultura na economia e sua importância para a humanidade, internacionalmente, é fundamental para compreender a importância que algumas questões adquiriram ao longo do tempo na Europa. "Em termos econômicos, o objetivo da União Europeia é garantir competitividade e avançar mercado por meio de uma produção de qualidade. Para isso, agregar valor ao que é produzido é muito importante", ressaltou.

Letícia reconhece que para serem mais competitivos, os países europeus ainda precisam vencer muitos desafios. "O principal desafio é produzir mais utilizando menos. Precisamos melhorar as normas, em especial as que se referem à adaptação aos efeitos e consequências das alterações climáticas. Além disso, há a necessidade de manter a competitividade das explorações agrícolas para assegurar a sua viabilidade econômica. Há também outros desafios relacionados ao desenvolvimento rural e à proteção das zonas rurais. E por último, mas não menos importante, há os desafios relacionados à alimentação, a segurança alimentar, a proteção dos métodos tradicionais de produção e a proteção contra fraudes".

O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Famato, Ricardo Arioli, apresentou, entre outras coisas, os desafios do agronegócio brasileiro. "O Brasil só não é mais competitivo devido à infraestrutura precária. Enquanto os Estados Unidos conta com uma malha ferroviária impecável e com portos bem estruturados, aqui no Brasil contamos quase que exclusivamente com o transporte rodoviário, que é extremamente precário”, observou acrescentando que o frete brasileiro até o porto chega a custar US$ 120,00 por tonelada. “Nós esperamos que esses problemas de logística sejam resolvidos para termos uma competitividade maior".

Arioli destacou ainda que a legislação ambiental brasileira tem trazido mais credibilidade ao agronegócio brasileiro. "Depois da votação do Código Florestal nós entendemos que essas leis são muito positivas. Hoje é indiscutível o fato de estarmos em um patamar muito acima se compararmos com outras regiões produtoras importantes como Estados Unidos e Argentina. Temos duas safras por ano, Reserva Legal e Área de Preservação Permanente (APP). E isso vai nos permitir a ter acesso a mais mercados".

O mediador, Ricardo Tomczyck, finalizou dizendo que a produção de alimentos para atender a demanda crescente deve acontecer na América do Sul, principalmente em Mato Grosso. "O nosso desafio é produzir de forma correta, tecnológica e principalmente sustentável, quer seja ambientalmente, quer seja economicamente e socialmente".




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