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Agro
Terça, 05 de janeiro de 2016, 19h33

Evento apresenta resultados de cooperação técnica com Moçambique


Foto: Henrique Carvalho

O encerramento do Projeto de Apoio Técnico aos Programas de Nutrição e Segurança Alimentar de Moçambique (PSAL) foi marcado por um evento para apresentação dos resultados das ações de pesquisa e de transferência de tecnologia, conduzidas entre julho de 2012 e dezembro de 2015, e pelo lançamento do livro "Horticultura em Moçambique: características, tecnologias de produção e de pós-colheita", fruto da cooperação trilateral entre Brasil, Estados Unidos e o país africano.

Realizado no Auditório da Embrapa Hortaliças (Brasília/DF), no último dia 16, o evento contou com a explanação do agrônomo Carvalho Carlos Ecole, do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique, localizado na capital Maputo. "A partir do projeto, a região metropolitana, que possui cerca de dois milhões de habitantes, teve mais garantia de segurança alimentar e mais informações sobre a importância do consumo de vegetais", relata.

Nos quatro anos de projeto, inúmeros produtores e extensionistas do cinturão verde foram beneficiados, visto que foi fortalecida a capacidade estratégica de produzir e distribuir hortaliças. Conduzidas na Estação Agrária de Umbelúzi, as atividades visaram introduzir princípios agroecológicos de produção, implantar sistemas de irrigação mais eficientes (microaspersão e gotejamento) e estruturar o processo de produção de mudas em cultivo protegido, bem como introduzir e avaliar cultivares de diversas espécies de hortaliças, entre elas: tomate, repolho, alface, pimentão, cenoura, cebola e alho.

"As variedades de hortaliças que os produtores de Moçambique adotam são importadas do mercado europeu sem testes para as condições climáticas locais. Durante o período da cooperação, foram testadas mais de 100 variedades brasileiras e americanas, sendo que 10 foram oficialmente recomendadas para a região", assinala Ecole. Além disso, no âmbito do projeto foi construída a primeira Unidade de Pesquisa em Pós-Colheita e Processamento de Hortaliças em Moçambique, com apoio da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro/RJ).

"Outro resultado muito positivo foram os cursos de capacitação de produtores e técnicos, bem como a formação de estagiários, que serão os pesquisadores do futuro", sublinha ao contar que mais de 300 agrônomos foram treinados e acrescenta: "a partir do lançamento do livro – primeiro documento dos 40 anos de história de Moçambique que trata de horticultura, vamos ter um material de excelência para educar nossos alunos e fomentar a nova agricultura moçambicana".

O pesquisador Francisco Vilela, da Embrapa Hortaliças, concorda: "temos um grupo de estagiários plenamente capacitados que estão replicando os conhecimentos gerados na cooperação. O próximo passo é replicar esse modelo para outras regiões do país".

Parceria trilateral

O evento de apresentação de resultados do PSAL reuniu a equipe técnica do projeto e diversas instituições parceiras, que celebraram o êxito da atuação no país africano. "É bastante gratificante ver o alcance do projeto e os resultados materializados em informações que irão fortalecer a agricultura de Moçambique", pontua o pesquisador Warley Nascimento, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia para quem a contribuição brasileira se faz mais efetiva pela similaridade das condições climáticas e ambientais.

Para Michael Eddy, diretor da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) no Brasil, a cooperação trilateral contribuiu para o fortalecimento da capacidade técnica e produtiva da olericultura em Moçambique. "O trabalho de P&D da Embrapa, somado ao sucesso do Brasil em minimizar a pobreza, é um exemplo para o mundo", elogia ao destacar a expressividade dos resultados alcançados em Maputo frente a outras cooperações da Agência.

O investimento bem aplicado e o trabalho colaborativo foram a tônica do discurso do coordenador da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Wófsi Yuri. Em sua opinião, o incremento à agricultura de Moçambique reflete a motivação da equipe em construir, de forma conjunta, um caminho para o desenvolvimento da agricultura de um país.

Segundo Henoque Silva, agrônomo da Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa, os desafios foram superados e, hoje, há um grande conhecimento disponível das condições para produção de hortaliças em Moçambique. Nessa linha, Walter Bowen, agrônomo da Universidade da Flórida (EUA), destacou que o maior investimento de um país é apoiar a pesquisa agrícola. "O projeto contribuiu para a consolidação de um grupo especializado em hortaliças e isso resulta em benefícios diretos para a dieta da população e para o crescimento econômico da região", opina.

Cooperação

O Projeto de Apoio Técnico aos Programas de Nutrição e Segurança Alimentar de Moçambique (PSAL) é uma cooperação trilateral executada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pelas Universidades da Flórida e de Michigan (EUA). A iniciativa recebeu financiamento dos governos do Brasil, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e dos Estados Unidos, via Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). O representante do governo moçambicano é o Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA) e a instituição beneficiária é o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM).  




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