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Agro
Segunda, 21 de março de 2016, 14h12

Reunião na Embrapa Pecuária Sul discute diagnóstico do Mormo em cavalos


A Embrapa Pecuária Sul recebeu nesta quarta-feira (16/03) representantes de associações de criadores de cavalos, de entidades esportivas e culturais que utilizam cavalos em suas atividades, da Associação Rural de Bagé e da vigilância sanitária animal estadual para discutir a problemática da doença Mormo em equinos. A reunião foi marcada a partir de demanda das entidades que estão preocupadas com as metodologias utilizadas para diagnosticar a doença. Como convidado especial da reunião, o pesquisador e professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco Roberto Soares Castro proferiu a palestra "Diagnóstico e Situação do Mormo no Brasil". O encontro foi coordenado pelos pesquisadores da área de sanidade animal da Embrapa Pecuária Sul, Alessandro Pelegrine Minho e Emanuelle Baldo Gaspar.

Hallana Oliveira

A principal preocupação de produtores e de entidades do Rio Grande do Sul é quanto à certeza nos resultados dos exames que diagnosticam o Mormo. Além disso, há também a reclamação em relação à demora do retorno do resultado dos exames para detectar a doença, documento obrigatório para o trânsito de animais. A falta de certeza no diagnóstico pode trazer dois problemas. O primeiro é a possibilidade de que resultados negativos sejam falhos acarretando o risco de aumento da contaminação dos animais. Outra questão é a possibilidade do exame com resultado positivo ser incorreto, obrigando o proprietário a abater o animal e interditando sua propriedade, podendo levar a grandes prejuízos financeiros, além de questões que interferem no bem estar animal. "Representantes das entidades nos procuraram com estas preocupações e a Embrapa está atuando para contribuir com os problemas apontados sobre o Mormo em equinos", disse o Chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Alexandre Varella. A primeira ação da Embrapa em resposta a essa demanda é a elaboração e divulgação da Nota Técnica "Mormo Equino no Brasil – Situação e Perspectiva", que deve estar disponível em breve para uma melhor compreensão da questão.

O professor Roberto Soares Castro ressaltou que apesar dos primeiros casos de Mormo só terem sido registrados no ano passado no Rio Grande do Sul, a doença está presente no país desde o início dos anos 2000. Segundo Castro, o principal teste utilizado hoje, o de fixação de complemento, tem mesmo limitações. "É a metodologia exigida pela defesa sanitária e pela Organização Mundial de Saúde Animal, mas não há certeza de que seja um teste confiável", ressaltou Castro. Um dos principais especialistas na doença no país, o pesquisador está em fase final de desenvolvimento de uma nova metodologia de diagnóstico para o Mormo. Baseado na plataforma Elisa (Ensaio Imunoenzimático), os resultados deste protocolo estão sendo bastante promissores, com um nível de certeza bem maior que os existentes hoje e uma capacidade de processamento de amostras bem mais veloz que o método oficial. Já discutida com o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a metodologia ELISA está agora em fase de validação e, em breve, pode estar disponível para laboratórios e produtores. Para que tenha validade legal, o exame ainda precisa de mais testes e a aprovação do Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos do Mapa.

Encaminhamentos – Como resultado da reunião, um grupo foi formado para elaborar um documento a ser encaminhado ao Mapa solicitando a inclusão do Mormo no portfólio de sanidade da Embrapa, como tema de pesquisa na condição de urgente. Com isso, será possível o desenvolvimento de pesquisas e estudos sobre a doença e a colaboração para a validação mais rápida de uma nova metodologia de diagnóstico. O grupo é composto pela Embrapa Pecuária Sul, Associação dos Cavaleiros Rainha da Fronteira, Círculo Militar de Bagé-Hípica, Núcleo de Criados de Cavalo Crioulo de Bagé e Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Crioulo, representantes dos criadores de cavalos Puro Sangue Inglês, representantes do Polo Equinos e Secretaria da Agricultura do RS.

Outra ação definida foi a criação de um programa-piloto no Rio Grande do Sul para a utilização da nova metodologia de diagnóstico da doença. Da mesma forma, será desenvolvido um levantamento epidemiológico do Mormo no estado, para saber o nível de prevalência da zoonose no rebanho gaúcho. "Com isso, esperamos encaminhar soluções definitivas para a problemática do Mormo Equino, não só no Rio Grande do Sul, mas também no Brasil, no prazo mais breve possível", afirma Varella. 




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