Servidores pedem CPI para investigar saúde em Porto Alegre

Abaixo-assinado, com cerca de 800 assinaturas, que pede averiguação de 14 itens foi entregue aos parlamentares na terça-feira

Para pressionar a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, servidores municipais entregaram um abaixo-assinado reivindicando a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde. Com cerca de 800 assinaturas, o documento lista 14 itens que, na avaliação dos funcionários, devem ser averiguados.

Entre os apontamentos, a contratação da empresa GSH, que implantou o sistema de marcação de consultas Aghos. Em agosto, reportagem de ZH mostrou que o software de agendamento, contratado para reduzir filas e classificar urgências, foi considerado caro e ineficiente pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Os servidores também pedem apuração do suposto desvio de R$ 9 milhões entre 2007 e 2009 envolvendo o Instituto Sollus, responsável pelo Programa Saúde da Família, da compra sem licitação, em 2012, de 50 mil exemplares do livro Os Zumbis da Pedra, do assassinato de ex-secretário Eliseu Santos e do sucateamento da rede assistencial básica.

As tentativas de abertura da CPI ocorrem desde 2009, mas a instalação esbarrava na falta de assinaturas. Atualmente, 10 vereadores endossam o pedido – dois a menos do que o número mínimo exigido para que o requerimento seja protocolado. A estratégia dos servidores, que entregaram o documento na
terça-feira à Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), é pressionar os vereadores de oposição que ainda não assinaram o pedido.

– Os fatos mencionados pelos funcionários exigem esclarecimento, pois o reflexo dessas questões a gente vê no atendimento à população, que é cada vez mais precário – avalia o presidente da Cosman, vereador Thiago Duarte (PDT).

Segundo Paulo Rogério da Silva, motorista do Samu e presidente da Comissão de Saúde e Segurança do Trabalho da Secretaria Municipal da Saúde, o próximo passo é coletar assinaturas de usuários do SUS:

– Vamos continuar pressionando até que a CPI seja instalada.

Procurada, a Secretaria Municipal da Saúde informou que não se manifestará sobre o assunto.