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Nacional
Sábado, 05 de novembro de 2011, 08h27

Especialistas defendem uso das hidrelétricas como matriz energética


O Brasil é o quarto maior produtor de energia hidrelétrica do mundo e, mesmo assim, usa apenas 1/3 do seu potencial. Para os participantes da audiência pública realizada nesta sexta-feira na usina hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR), a presença marcante da hidroeletricidade na matriz energética brasileira deve continuar a ser adotada, mesmo com a chegada de fontes alternativas de energia.

Essa posição foi defendida no encontro principalmente pelo diretor-geral do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa.

No debate promovido pela Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas, Pinguelli Rosa afirmou que a energia hidrelétrica com controle ambiental é muito viável porque é uma das que causa menos danos ao planeta. “Não provoca tanto o efeito estufa e, ao mesmo tempo, suas fontes são renováveis”, acrescentou.

Produção de energia no exterior
No painel "Energia e Mudanças Climáticas", o pesquisador comparou a produção de energia elétrica brasileira com o resto do mundo. De acordo com Pinguelli Rosa, 45% da energia que o Brasil produz vem de fontes renováveis. No mundo, esse número é de apenas 10%, sendo que, nos países desenvolvidos, esse potencial é de 5%.

Segundo Pinguelli, isso ocorre porque o potencial hidrelétrico deles já está quase totalmente esgotado. “A França já tem 90% da sua capacidade de produção instalada e a Alemanha, 80%. O Brasil usou apenas um terço da sua capacidade”, comparou.

No mesmo painel, o diretor da Empresa de Pesquisa Energética, Amilcar Guerreiro, informou que 75% da energia elétrica contratada pelo governo para os próximos cinco anos são de fontes renováveis, sendo quase a metade proveniente das hidrelétricas.

Considerada a maior geradora de energia elétrica do planeta, Itaipu tem capacidade instalada de 14 mil megawatts. De acordo com o governo brasileiro, há 140 usinas hidrelétricas em operação no Brasil, com perspectiva de aumento do uso dessa fonte.

Agricultura
No painel "Agricultura e mudanças climáticas", o diretor geral do Centro de Pesquisa em Energia Elétrica (Ceple), Alberto Melo, comparou os benefícios da energia hidrelétrica aos das fontes alternativas, como a solar ou a eólica. Para ele, a primeira é a mais indicada por trazer mais desenvolvimento para a região onde está instalada a usina e por ser considerada mais barata que as outras duas.

O chefe da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Meio Ambiente, Celso Manzatto, acrescentou que os três grandes desafios do setor agropecuário para se adaptar às mudanças climáticas atuais são os efeitos dos desmatamentos, dos fertilizantes e da poluição produzida pelo próprio gado nas pastagens.

Melhorias na legislação
Na opinião do presidente da comissão, senador Sérgio Souza (PMDB-PR), as discussões feitas durante a audiência pública poderão balizar o Congresso Nacional a propor melhorias na legislação sobre o clima no País. “Além disso, queremos conhecer as ações que a usina promove para mitigar os efeitos das emissões [de poluente] ao meio ambiente”, acrescentou o senador.

Na opinião do diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, às vésperas da conferência mundial sobre o clima, a Rio+20, o Brasil tem obrigação de mostrar ao mundo o que tem feito para melhorar o clima e o meio ambiente.

Sérgio Souza destacou que a audiência em Foz é a nona do ano e a primeira fora de Brasília. Até o final de 2011, segundo ele, deverão ser realizadas outras sete ou oito reuniões, incluindo uma em São Paulo – para avaliar o impacto das grandes cidades no clima – e outra em Aracaju (SE) – para discutir biomas, como a caatinga, o cerrado e a Mata Atlântica.

A comissão também pretende participar da COP Durban, que ocorre de 28 de novembro a 9 de dezembro, na África do Sul. “O assunto em discussão será o clima e por isso também queremos estar presentes”, explicou.

Objetivos da comissão
A Comissão de Mudanças Climáticas foi criada em 2008 e instalada no ano seguinte. Entre os objetivos da comissão, estão o monitoramento e a fiscalização de ações para amenizar os impactos do aquecimento global. As estratégias incluem a votação de projeto para criação do Fundo Nacional de Mudança do Clima; o estabelecimento de um marco regulatório sobre a inspeção veicular; a diminuição da participação de combustíveis fósseis no Plano Nacional de Expansão do Setor Elétrico; e a discussão de estratégias de mitigação da emissão de gases de efeito estufa no País.
 
AC




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