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Terça, 22 de abril de 2014, 20h42

Estudo sobre alimentação da tribo dos Xikrin do Cateté representa o Brasil em feiras internacionais


 Uma aula de geografia sobre a questão indígena foi a responsável por despertar em três estudantes do Ensino Médio, do Colégio Pitágoras Carajás, a vontade de conhecer melhor a cultura rica e diversificada que contribuiu para a construção da identidade do povo brasileiro. A partir disso, as alunas se dedicaram ao estudo da tribo dos Xikrin do Cateté, mais especificamente dos hábitos alimentares dos índios que vivem na área de reserva, localizada no estado do Pará, que tem passado por um intenso processo de aculturação. O resultado da dedicação das jovens foi além do esperado no início da pesquisa: premiação na Mostra Brasileira de Trabalhos Científicos (MOSTRATEC), na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE) e a grande oportunidade de representarem o Brasil na 3ª Feria Exposición Latinoamericana de Emprendimientos Productivos, Ciencia y Tecnologia, no Equador, em abril, e na MILSET-AMLAT, na Colômbia, em julho.

“Quando soube que o projeto havia sido selecionado para a FEBRACE, foi algo que nós não imaginávamos, não porque duvidávamos da nossa capacidade, mas porque a feira avalia trabalhos do Brasil inteiro e achávamos que as chances eram mínimas, haja vista que nunca havíamos participado de outros eventos científicos. Fizemos o trabalho porque realmente era algo que gostávamos de fazer e, independente do resultado, estaríamos mais que satisfeitas pelo conhecimento adquirido sobre essa cultura encantadora que é a indígena”, explica Scarleth Barbosa da Silva, umas das integrantes do grupo.

Para Natália Silva de Meira, a oportunidade de participar de feiras internacionais trouxe muita surpresa à equipe. “No primeiro momento quase não acreditamos, foi um choque, pois sabíamos que o interesse das pessoas pelo tema era grande, mas tínhamos consciência de que somos novatas no ramo da pesquisa”, afirma. A aluna ainda complementa que agora a expectativa é a melhor possível e que o grupo está muito confiante de que fará um bom trabalho levando o nome do país.

O objetivo das estudantes com o projeto era verificar se a mudança dos hábitos alimentares dos índios está relacionada com a maior incidência de doenças, como diabetes, colesterol alto, pressão alta, obesidade e gastrite, presente em parcela da população indígena Xikrin. A metodologia da pesquisa reuniu levantamentos bibliográficos sobre o tema em questão e trabalhos de campo no Hospital Yutaka Takeda, na Casa do Índio em Carajás e na aldeia localizada na Terra Indígena Cateté onde foram organizados trabalhos com as crianças Xikrin e coletados dados por meio de observações, conversas e fotografias.

Com o estudo, as jovens mapearam que os alimentos mais consumidos pelos Xikrin são: refrigerantes (28%); massas e pães (22%); e frango assado (22%). A pesquisa também destaca o aumento do consumo de carne vermelha na dieta dos índios. Tais alimentos não estavam inseridos nos hábitos alimentares do povo indígena anteriormente, mas com a intensificação do contato com o “homem branco” o cenário foi alterado. “Interessante observar que 88% dos entrevistados consideram essa alimentação inadequada para os indígenas e nos mostra que a sociedade visualiza os índios vivendo somente a base de caça e pesca. Hoje não se pode afirmar com veracidade sem antes verificar e estudar todos os lados da história”, explica Kalyne Silva Brito, que afirma que o projeto fez com que ela própria mudasse seus conceitos em relação à população indígena.

Com a pesquisa, as alunas concluíram que a maior incidência de doenças, como diabetes, hipertensão, colesterol alto, gastrite e obesidade são decorrentes das alterações nos hábitos alimentares dos índios Xikrin do Cateté. E, portanto, são necessárias medidas de prevenção e conscientização em relação aos males de uma má alimentação, já que a aculturação se tornou inevitável.

Para a coordenadora do grupo e professora do Colégio Pitágoras Carajás, Marina Fabbris, disciplina, vontade de aprender e curiosidade foram pontos fundamentais para que as estudantes se destacassem no meio de tantos outros alunos. “A capacidade de administrar bem o tempo é outro fator importante, uma vez que a carga horária de estudo no Ensino Médio é intensa e o pouco tempo que sobra elas dedicam ao projeto sem comprometer o rendimento escolar”, finaliza.




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