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Variedades
Terça, 04 de novembro de 2014, 07h59

Diário de uma busca é atração no Imagens em Pauta


 

A investigação sobre a morte mal esclarecida do pai conduz a filha cineasta a um reencontro com o passado da militância de esquerda no Brasil em “Diário de uma busca” (2010, 105 minutos), de Flávia Castro, atração desta terça-feira (4), às 19 horas, no Cine Sesc Arsenal. Classificação indicativa: 10 anos. A entrada é gratuita.
O filme integra programação do oitavo ano de exibições do projeto “Imagens em Pauta”, realizado pelo Sesc Mato Grosso em parceria com a Pró-reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (Procev), Cineclube Coxiponés e Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Cada sessão é iniciada com informações sobre o filme programado. Após exibição, os participantes conversam sobre o filme e depois são convidados a tomar um gostoso cappuccino oferecido pelo Sesc Mato Grosso. 
Entre o documentário e a ficção, os filmes que compõem o ciclo “Rastros da Ditadura” permitem ao espectador conhecer personagens que se deparam com vestígios e memórias de situações traumáticas vivenciadas durante os anos da ditadura militar no Brasil (1964 a 1985) e que reverberam no presente. O ciclo, realizado durante o mês de novembro, encerra a programação do Imagens em Pauta em 2014.
Sobre o filme
Outubro, 1984. Celso Castro, jornalista com uma longa história de militância de esquerda, é encontrado morto no apartamento de um suposto ex-oficial nazista, onde entrou à força. A polícia sustenta que se trata de um suicídio. O episódio, digno de um filme de suspense, é o ponto de partida de Flávia, filha de Celso e diretora do filme. 
Trata-se de uma viagem no tempo e na geografia: a diretora volta a Porto Alegre, Santiago, Buenos Aires, Caracas e Paris, cenários do exílio familiar, da ilusão e do fracasso de um projeto político. O resultado é um documentário poderoso e comovente que combina a intriga policial, os testemunhos de familiares e companheiros e o relato na primeira pessoa de uma infância vivida entre o exílio e a luta armada. As vozes imbricadas de Celso (de suas cartas) e de sua filha constroem um retrato íntimo de uma relação atravessada pela história recente do país.
Como disse Eduardo Escorel, na Revista Piauí, “Diário de uma Busca pertence à categoria de documentários singulares que ninguém mais poderia fazer, a não ser seus próprios realizadores – narrados na primeira pessoa, tratam de experiências particulares, protegidas da observação pública. Revelando a força necessária para ir em busca dos seus anos de formação, Flavia revolve afetos e conflitos atiçando a memória de parentes, amigos, jornalistas e policiais”.
Flavia nasceu no Brasil, mas teve uma infância migrante em função do engajamento dos pais, integrantes do POC (Partido Operário Comunista), que mais tarde evoluiu para a luta armada. Do Rio Grande do Sul, a família passou pelo Chile, Argentina e nos anos 1970 fugiu para a França. Com a anistia, a então garota passou um breve período no Rio de Janeiro, quando fez o figurino de "Luzia Homem" (87), de Fábio Barreto, mas logo voltou para Paris, onde cursou faculdade de cinema e passou a trabalhar com documentaristas importantes, como o suíço Richard Dindo (“Diário de Che na Bolívia”) e Philippe Grandrieux. A inspiração para "Diário de uma Busca" surgiu em 2000, época em que a diretora voltou a morar no Brasil.
Próximo filme: “Hoje”, de Tata Amaral

 




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