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Os amantes da arte que se dirigiram ao teatro Zulmira Canavarros, no último final de semana, foram agraciados com um espetáculo digno dos palcos internacionais. “Nandaia” (que significa pássaro) é uma viagem pela pluralidade das danças, das cores, dos personagens e dos ritmos que recriam a cultura mato-grossense do Siriri, da vida ribeirinha e da religiosidade do povo. O espetáculo foi apresentado nos dias 26, 27 e 28 e deixou a plateia com a certeza de que os produtos mato-grossenses são dignos de exportação. “Nandaia”, que contou com as participações do Corpo de Baile Ópera Ballet, das cantoras Vera e Zuleika e também da Companhia de Teatro Cena Onze, teve a direção cênica de Flávio Ferreira, direção musical de Edmilson Maciel e intervenções artísticas do artista plástico Adriano Figueiredo.
A servidora da Assembleia Legislativa Mirtes Maria da Costa descreve o evento com emoção e entusiasmo: “olha foi maravilhoso, nós cuiabanos temos que dar mais atenção às coisas culturais de nosso povo, foi um espetáculo mesmo, na sua essência, arrasou. Quem escreveu foi inspirado e nos representou. Quem não assistiu perdeu e não pode deixar de aproveitar a próxima oportunidade”, disse.
O sul-mato-grossense Cleber Dias de Moraes, que está em Cuiabá há cerca de um ano, saiu entusiasmado com a direção e a iluminação do espetáculo. “Eu gostei muito como ele (o espetáculo) explora a cultura local e dá um passeio pelas cidades. O grupo “Mascarados de Poconé” me chamou a atenção. Gostei demais do colorido, da junção de ballet clássico com o regionalismo do Flor Ribeirinha, da percussão e das danças do cururu e siriri. Muito bacana. Não posso deixar de destacar o colorido do espetáculo, tanta gente num palco, como que quem dirigiu fez um trabalho muito legal, na hora do cururu e siriri trabalhou a iluminação de forma espetacular e a direção como um todo foi surpreendente, eu gostei muito”, contou.
Moraes acredita que a administração do teatro também está acertando: “Eu acompanho desde a inauguração do teatro e estou me divertindo muito. A maioria dos eventos que ocorrem é de cultura local e é muito bom para que outros grupos possam crescer e se desenvolver. É bom que a administração possa explorar o máximo e que tenhamos uma vida cultural semanal ou até diária, como Cuiabá tem uma vida agitada que tenha a noite cultural agitada também”, sugere.
O outro lado desse espetáculo também é de valorização, o grupo Flor Ribeirinha teve o espaço cedido pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, uma vez que o grupo busca recursos para uma turnê internacional. O administrador da Associação Flor Ribeirinha, Jeferson Guimarães Alves, explicou que o apoio vai ajudar a associação a alcançar os objetivos de manter um incentivo para a cultura do Estado.
“O grupo está carreando recursos para uma turnê internacional, quando participará do Festival Internacional de Folclore. Vamos representar a América do Sul e o Brasil em festivais internacionais na Itália, aí a AL/MT, na pessoa do presidente Guilherme Maluf, está nos ajudando com este incentivo”, disse. A viagem, explica, será em agosto, com embarque dia 6 e retorno dia 28, num total de 25 dias. Neste período, o “Nandaia” será apresentado em diversas oportunidades em quatro cidades italianas: Roma, Veneza, Assíria e Florença. O apoio não custeia a viagem, mas ajuda em parte”, afirma.
REINSERÇÃO
O evento também foi inclusivo. Na sexta-feira (26), cerca de quinze detentas do presídio feminino Ana Maria do Couto assistiram ao espetáculo. A iniciativa fez parte da parceria da Associação Cultural Cena Onze com a Fundação Nova Chance (FUNAC) e Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH/MT), que tem como objetivo contribuir para a reinserção social de pessoas que estão em privação de liberdade. O mesmo ocorreu no domingo (28), quando doze meninas que integram o projeto Nosso Lar, da Prefeitura de Cuiabá, também assistiram ao evento. A casa de acolhimento abriga jovens, de 12 a 18 anos, em situação de vulnerabilidade social e também é coordenada pela Associação Cultural Cena Onze.
NOVA OPORTUNIDADE
Quem perdeu o espetáculo ainda pode ter a chance de vê-lo. Devido ao grande público que voltou para casa porque os ingressos se esgotaram, o espetáculo pode ser reapresentado. O grupo está buscando novas parcerias e existe um projeto de repetir em local a ser definido. Mais de 150 pessoas não conseguiram entrar em virtude da superlotação. Jeferson reforça que “mesmo com o apoio que foi grande, ainda precisamos de quem mais puder ajudar e, para isso, vamos tentar fazer novas apresentações até o dia do embarque”, afirma.
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