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Quarta, 20 de abril de 2016, 11h48

Arquitetura moderna e luminosidade inspiram fotógrafo em mostra sobre Brasília


O fotógrafo francês Jean François Rauzier conta que, após visitar Brasília, sua arte tomou novos rumos. A arquitetura moderna, a luminosidade, as esplanadas e eixos viários “esvaziados” de pedestres foram algumas das características da capital que trouxeram, segundo o artista, um sopro de juventude ao seu trabalho.

Elza Fiúza

Na exposição Hiperfoto-Brasília, que faz parte das comemorações do aniversário da cidade e será aberta hoje (20), o público poderá ver 31 obras que retratam a cidade sob uma perspectiva diferente da habitual. Com um trabalho minucioso de colagem, a partir de milhares de fotos, Rauzier constrói paisagens hiper-realistas a partir de monumentos, jardins, prédios e pedestres.

O fotógrafo diz que as hiperfotos são mais reais do que a própria realidade. “Uma fotografia, por exemplo, retrata só um ponto de vista mas, com as hiperfotos, você vê vários pontos de vista, vários detalhes, em uma única obra”.

Para Wagner Barja, diretor do Museu Nacional da República, onde está a exposição, a obra de Rauzier traz, além da monumentalidade de Brasília, aspectos que remetem à história da arte e referências a grandes artistas clássicos europeus, “montando uma espécie de inventário sobre a cidade”.

Rauzier contou à Agência Brasil que ficou surpreso ao perceber que os jardins da capital e muitos monumentos são ocupados, basicamente, por jardineiros e seguranças, que trabalham diariamente na preservação dos locais.

Inspirado por essa constatação, o fotógrafo compôs um painel de 20 metros de comprimento, onde cria um retrato desses trabalhadores, inseridos em imagens da capital. “Os jardineiros são como pessoas guardando o templo da cidade e graças a eles [a cidade] não está totalmente deserta”.

O artista diz que para cada obra utiliza entre 800 e 1.200 fotos. Ele tem uma equipe de auxiliares que trabalham as imagens, retirando digitalmente todos os elementos que Rauzier não irá utilizar. Carros e pessoas, por exemplo, são excluídos. Depois, ele começa o processo de montagem e composição.

Rauzier, que tem influências do cubismo, do surrealismo, do mosaico e do barroco, também utiliza animais e vegetação nas suas composições. O artista cria mundos oníricos, que oferecem uma reflexão sobre temas como progresso, opressão, liberdade e ecologia.

“É meu jeito de mostrar como a vegetação está ocupando a cidade de maneira diferente. E gosto de colocar animais pois me remete à infância e às fábulas de La Fontaine. Além disso, em Brasília não vemos muitas pessoas pois elas estão em seus carros”, observa.

Outro elemento que se repete em várias obras de Rauzier é um homem de chapéu. Segundo o artista, a presença do personagem propicia ao público a noção da escala das obras e convida as pessoas a entrar em suas fotografias.

Rauzier já fez uma exposição de hiperfotos no Rio de Janeiro, com imagens da capital fluminense. Depois de Brasília, seu projeto segue para Salvador e São Paulo, com fotos dessas cidades.

Em Brasília, a exposição está no Museu Nacional da República até o dia 5 de junho. A visitação é gratuita, de terça a domingo, das 9h às 18h30. O Museu Nacional fica na Esplanada dos Ministérios.

Além das hiperfotografias, o público poderá assistir a vídeos sobre o processo de criação das obras do artista. 

ABr




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