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Quarta, 25 de maio de 2016, 16h01

Escolas discutem o preconceito no Dia Internacional contra a Homofobia


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Escolas da rede estadual realizaram diversas atividades para conscientizar o público estudantil sobre a importância de respeitar as diversidades sexuais. Denominado Dia D, as ações aconteceram no Dia Internacional da Luta Contra a Homofobia, 17 de maio, nas cidades de Cuiabá, Nossa Senhora do Livramento e Jaciara. Exibição de documentário, teatro, produção de textos e cartazes foram algumas das atividades desenvolvidas.

Na Escola Estadual Milton da Costa Ferreira, em Jaciara, os organizadores coordenaram uma pesquisa por meio de questionário para diagnosticar como o tema homossexualidade é encarado pelos adolescentes. “Entrevistamos 120 estudantes e ficamos surpresos com o resultado, que revelou um alto índice de alunos que convivem com casos, seja na família ou conhecidos. As reações são de naturalidade diante do fato”, declarou a articuladora do Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI) e coordenadora do Dia D na unidade escolar, que já articulava o tema para um trabalho que trataria do preconceito.

Mas a diversidade sexual ainda é uma questão difícil de ser abordada na escola. Em Cuiabá, na Escola Tancredo de Almeida Neves, muitos alunos não aceitam os relacionamentos homossexuais. O sentimento foi revelado pelos estudantes, cerca de 640 que frequentam o Ensino Fundamental do 6º ao 9º anos e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Na oportunidade, todos assistiram um documentário espanhol sobre homofobia e depois participaram de uma roda de conversa. “Não foi um debate. Foi um diálogo e percebemos que muitos não aceitam, na maioria das vezes, por conta da religião. Mas nosso foco é o respeito, mesmo assim notamos certa resistência entre eles”, frisou o coordenador pedagógico Vanderson Santana Barbosa.

Essa foi a primeira vez que a comunidade escolar vivenciou a experiência abordando o assunto. Textos e cartazes foram produzidos e o resultado foi de frases como estas: “Se você quiser ser respeitado, respeite também” e “Se você é feliz assim, siga em frente”, entre outras, demonstrando que a mensagem foi recebida.

“A diversidade sexual precisa ser mais discutida. A própria criança fala, mas entre elas, e de maneira pejorativa, com sátira. Evidentemente que são muito imaturas, precisam de informações”, pontuou o coordenador Vanderson, revelando a carência de material didático para abordar o tema, especialmente em se tratando dos alunos menores, que cursam 2º e 3º anos. Tais turmas não participaram do Dia D contra a homofobia.

Já em Nossa Senhora do Livramento, segundo o diretor da Escola José de Lima Barros, Manuel Angelo Gonçalo Curado, a meta da ação foi atingida. “Exibimos o vídeo aula ‘Orações para Bob’. Contamos com o envolvimento dos professores de todos as áreas do conhecimento e apoio do psicólogo Carlos Barreto. Foi produtivo”, declarou o diretor, destacando que foi um momento oportuno para tratar as diferenças de gay, lésbicas e transexuais. “A maioria achava que era tudo a mesma coisa”, menciona.

Na unidade participaram das discussões cerca de 110 estudantes, das turmas do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e as do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio, além do EJA. Eles foram divididos em grupos para a coleta de informações junto à comunidade local. O objetivo da ação foi de trabalhar o preconceito e estabelecer o respeito entre as diversidades.

Trabalhar o projeto contra a homofobia nas escolas tem como objetivo a transformação da sociedade que atualmente encontra-se intolerante com as pessoas de orientação homossexual. “É na escola o lugar onde alunos aprendem a respeitar, a valorizar e a interagir com as diferenças, sem discriminação e ódio”, frisou o diretor Manuel.

Data

Desde 1973 a homossexualidade deixou de ser classificada como um transtorno pela Associação Americana de Psiquiatria. Em 1975, a Associação Americana de Psicologia adotou o mesmo procedimento ao deixar de considerar a homossexualidade como uma doença.

Mas foi em 17 de maio de 1990, que a Assembleia-Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da sua lista de doenças (CID), sendo que a data passou a ser celebrada como Dia Internacional contra a Homofobia. Por fim, em 1991, a Anistia Internacional passou a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação aos direitos humanos. 




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