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Quarta, 24 de agosto de 2016, 19h29

Em show, Criolo coleta alimentos para refugiados e moradores de rua em SP


O rapper engajou-se na iniciativa apoiada pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) sem se dar conta do simbolismo da data — a ONU celebrou em 19 de agosto o Dia Mundial da Assistência Humanitária, momento em que presta homenagem profissionais humanitários e voluntários.

“Sempre, no bairro, nessas andanças da vida, a gente procura contribuir de algum jeito. Eu tenho uma mãe que sempre tentou amenizar as desigualdades que sentimos na carne. Não é uma história que alguém nos contou, um livro que lemos. Nós vivemos isso”, afirmou Criolo ao ACNUR, referindo-se a experiências anteriores de ajuda em seus shows. “Mas nunca nessa proporção gigantesca”, completou o autor de “Não existe amor em SP”.

 

Foto: Pablo Caro/CC

A iniciativa de coletar os alimentos partiu da equipe de produção de Criolo, que procurou o ACNUR e a Missão Belém, organização dedicada à assistência de moradores de rua e à recuperação de dependentes químicos.

Entre as organizações parceiras do ACNUR em São Paulo, três participaram da ação: Missão Paz, IKMR – Eu Conheço Meus Direitos e Oasis Solidário. Cada uma das quatro entidades recebeu cerca de 700 Kg de alimentos. Cerca de 30 voluntários participaram da coleta e distribuição dos mantimentos no local do show.

O padre Paolo Parise, diretor da Missão Paz, ressaltou que as doações de comida têm caído substancialmente ao longo do ano devido ao aumento do desemprego e à queda da atividade econômica no país. A Missão Paz, por meio da Casa do Migrante, distribui mais de 100 cestas básicas ao mês, além de prover alimentação aos 110 refugiados e migrantes que abriga.

Vivianne dos Reis, coordenadora do IKMR; Amer Masarani, diretor do Oasis Solidário; e Lucas Douglas, um dos responsáveis pela triagem da Missão Belém, também abordaram a queda das doações em tempos de crise. Todos comandaram equipes de voluntários antes e durante o show.

A situação de escassez de alimentos para doação às famílias mais vulneráveis chegou a níveis dramáticos no caso do IKMR, que assiste cerca de 300 crianças refugiadas e seus familiares. “Os pais estão perdendo seus empregos e, em alguns casos, nem conseguiram arranjar trabalho desde que chegaram ao Brasil”, disse Vivianne. “Algumas mães africanas, desesperadas, recuperaram uma prática que imaginavam nunca mais repetir desde a chegada a São Paulo: dar água morna com sal a seus filhos para disfarçar a fome”.

Criolo notabilizou-se por mesclar rap e outros ritmos, como MPB, funk, hip-hop e blues. Suas letras refletem os desafios cotidianos dos habitantes de comunidades pobres de São Paulo. Seu novo CD é uma regravação das composições de “Ainda é Tempo”, lançado em 2006. O compositor é da região do Grajaú, zona sul da cidade.

Sua aproximação com a causa dos refugiados começou com a gravação de um vídeo de apoio à Equipe Olímpica de Refugiados, publicado pelo ACNUR.

“Não somos diferentes. Eu venho de uma realidade social onde também vivemos essa vulneralidade absurda, a desgraça social que é o abismo entre as pessoas”, disse Criolo. “O nosso sorriso pode encantar o planeta. Mas a nossa dor, a nossa colher diária de sal, não é diferente. Se um irmão meu sofre do outro lado do mundo, o mundo todo sofre junto”. 

 



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