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Domingo, 28 de agosto de 2016, 17h02

Apoiado pelo MinC, projeto social muda vida de jovens brasileiros pela música


A música sempre esteve presente de forma marcante na vida de David Nascimento, um jovem carioca de 20 anos. Na infância, o pai, percussionista, apresentou a energia do som ritmado nos desfiles de carnaval no Rio de Janeiro (RJ).

Fora de casa, David teve contato com outros timbres, harmonias e composições, mas foi a música clássica que despertou a vocação do garoto com problemas na escola e que já tinha até fugido de casa.

Junto a outros jovens de comunidades pobres do Rio, o hoje contrabaixista clássico David Nascimento integra a Orquestra Jovem do Brasil, que já se apresentou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e na Cidade das Artes.

A orquestra é uma iniciativa da Ação Social pela Música do Brasil (ASMB), organização não-governamental que leva inclusão social por meio do ensino da música clássica a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. O projeto tem o apoio do Ministério da Cultura, com recursos do governo federal.

A trajetória do morador do Chapéu Mangueira, comunidade da cidade do Rio de Janeiro, começou a mudar aos 14 anos, quando um amigo o levou a um curso de música no morro Dona Marta, um dos núcleos da ASMB. Atualmente são nove núcleos, sendo quatro na capital fluminense – Chapéu Mangueira, Alemão, Macacos e Cidade de Deus, que englobam mais de 19 comunidades pacificadas – duas em Petrópolis (RJ), além dos núcleos de Piraí (RJ), João Pessoa (PB) e Ji-paraná (RO).

David queria aprender violoncelo, como o amigo. “Só que não tinha vaga para o violoncelo. Aí vi o professor tocando baixo, a corda estremecendo a janela. Falei: ‘eu quero esse instrumento’”, conta ele. Na primeira aula, depois de observar uma colega tocando, David já conseguiu reproduzir quatro notas. Foi o suficiente para não largar mais do instrumento musical.

A paixão pelo contrabaixo foi capaz de mudar a relação dele com a escola. Não quis fugir mais. “É que, para manter o curso, tinha que ter uma boa nota na escola. Valeu a pena, me fez mudar de vida completamente, assim, conhecendo a música”, diz ele, orgulhoso de sua história.

Com o tempo, passou a estudar o instrumento entre três a quatro horas por dia, inclusive aos domingos. O resultado? Hoje David é um dos professores no núcleo do Chapéu Mangueira. “Uma felicidade, não é? Você já ter nível para poder dar aula. Nunca esperei sair do Brasil, mas, pelo projeto, eu já fui à Venezuela. Quero fazer faculdade fora também”, planeja.

A história de Paula Dominique, de 18 anos, moradora da comunidade do Pavão, é bem parecida com a de David. Nunca pensou que fosse se interessar por música clássica, até que foi apresentada por uma amiga de sua tia à ASMB, em 2012. Paula conta que não se interessava pela escola. E foi assim até ser apresentada à viola.

“Na escola mudaram totalmente as minhas notas, porque música envolve muito a matemática, envolve tudo. Para ficar no projeto, tinha que tirar notas boas, a gente tinha que ter bom comportamento em todas as coisas. Aí, mudou totalmente a minha forma de pensar”, conta.

E mudou também a realidade dela. Pelo projeto, por exemplo, ela fez sua primeira viagem: foi para Vassouras (RJ) se apresentar num festival de música. E conta, satisfeita, que tem amigos de lugares mais distantes, como Petrópolis (RJ) e Londrina (PR), e até conhece o maestro do Teatro Municipal, Tobias Volkmann.

Agora, que terminou o ensino médio, ela está se preparando para a faculdade. Paula planeja começar os estudos no Brasil concluí-los na França.

História parecida tem Victor Freitas, de 17 anos, também proficiente na viola clássica. “Já tive oportunidade de tocar em vários lugares, tocar no Teatro Municipal [do Rio de Janeiro], sonho de todo músico”, conta o aluno do núcleo do Complexo do Alemão.

Ele, que é estudante de pedagogia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), planeja cursar na sequência a faculdade de Música e, então, correr atrás de grandes objetivos: entrar numa orquestra profissional, tocar em casas prestigiadas internacionais, como o Carnegie Hall, e também estudar na prestigiada Juilliard School, ambos em Nova York, nos Estados Unidos. 




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