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Terça, 27 de junho de 2017, 13h54

Convergência de linguagens de Nam June Paik tem retrospectiva no Oi Futuro


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O Oi Futuro inaugurou nesta terça-feira à noite (26/6) a retrospectiva de Nam June Paik (1932-2006), pioneiro no uso da tecnologia e da interatividade na criação artística contemporânea e influência na linguagem dos videoclipes desde seu surgimento. Com 15 obras, a exposição apresenta um painel das inovações e experiências realizadas pelo sul-coreano a partir da década de 1960, em que ele buscou a convergência de diferentes linguagens e meios de expressão para ampliar os limites da arte. A exposição fica em cartaz até 27 de agosto.

“A retrospectiva de Nam June Paik é uma homenagem a um idealizador e criador de novos caminhos a partir dos anos 1960 e percorridos até hoje, na era digital, buscando a convergência de linguagens para ampliar o entendimento que nós temos da arte”, explica o gestor de Cultura do Oi Futuro, Roberto Guimarães. “Ao trazer a obra de Paik ao Rio, queremos aproximar o grande público da obra desse artista visionário e inspirar novas discussões e criações no campo da arte e tecnologia”, completa.

Com curadoria do italiano Marco Pierini, mostra traz objetos como “Sfera/Punto eletrônico” (1990-1992) (foto), que reúne 26 monitores, três bolas de futebol, cinco pinturas a laser e um disco a laser. “Violoncello” (1989), formada por plexiglass e componentes de um violoncelo, lembra a associação do artista com a música Charlotte Moorman, com quem realizou performances célebres como “Opera Sextronique” (1967), em que ela foi presa por se apresentar com os seios nus. Também integra a exposição “Ecce Homo” (1989), uma das obras da “Série Robot”, objeto de interesse de Paik a partir de 1964, quando ele construiu o Robot K-456, e que participou de “Robot Opera”, a primeira colaboração de Paik e Moorman.

“Maria Callas” (foto), que combina monitores de TV a vários objetos de uso cotidiano, é representativa da criação de Paik a partir de 1980, quando ele começa a utilizar aparelhos tecnológicos para criar esculturas antropomórficas, e sua admiração pela ópera italiana. “A ópera representa aquilo que procuro na arte eletrônica, no sentido de conseguir alcançar aquele grau de sucesso performático que a melhor ópera consegue alcançar”, sintetizou o artista.

“A exposição mostra, essencialmente, a produção artística tardia de Paik, que considero de grande valor. É quando a videoinstalação, a performance, as obras sonoras e a pintura são incorporadas às obras ditas “satelitares” (transmissões televisivas via satélite com imagens mixadas e modificadas em tempo real por Paik) e aos robôs, chamados ironicamente de esculturas. São obras compostas por objetos de tecnologia ultrapassada – rádios e televisores antigos, por exemplo”, conta o curador Marco Pierini.

Sobre Nam June Paik

Um dos criadores da videoarte, Paik participou do Fluxus, movimento artístico que buscava popularizar a arte para além dos museus e galerias na década de 1960 e fazer o espectador participar da obra, com o uso de elementos e formas que não-usuais. O artista trabalhou com nomes de destaque como John Cage, Salvador Dalí, Laurie Anderson, Joseph Beuys e Merce Cunningham.

A parceria com o Fluxus começou em 1961, quando Paik encontrou-se com George Maciunas, idealizador do movimento. No ano seguinte, participou do Fluxus Internationale Festpiele Neuster Musik de Wiesbaden, considerado o ato fundador do movimento. Em 1963, na sua primeira individual, na Galeria Parnass, de Wuppertal, apareceram pela primeira vez os aparelhos de televisão em que passam imagens distorcidas com o uso de magnetos. Em 1964, ele se mudou para Nova York, onde conheceu a violoncelista Charlotte Moorman.

Paik começou a trabalhar com experiências com satélites na Dokumenta Kassel de 1977, em uma transmissão ao vivo com Joseph Beuys e Douglas Davis. Ele participou do primeiro projeto de comunicação global baseado na tecnologia de satélites: “Good Morning, Mr. Orwell”, uma transmissão ao vivo intercontinental por TV, no dia 1º de janeiro de 1984, a partir do Centre Pompidou, em Paris, e do MoMA, em Nova York, com personalidades como Laurie Anderson, Peter Gabriel, John Cage, Merce Cunningham e Salvador. Transmitida também na Alemanha e na Coreia do Sul, “Good Morning, Mr. Orwell” foi visto por mais de 10 milhões de pessoas.

Nascido em Seul, Paik mudou-se para Hong Kong durante a Guerra da Coreia e depois para o Japão, onde se formou na Universidade de Tóquio em História da Arte e da Música, com uma tese sobre o compositor alemão dodecafonista Arnold Schönberg. Prosseguiu seus estudos nas Universidades de Munique e de Colônia e no Conservatório de Friburgo, na Alemanha, onde aprofundou seus estudos da música contemporânea. De 1958 a 1963, trabalhou com Karlheinz Stockhausen nos estúdios WRD de música eletrônica, em Colônia. Em 1958, enquanto frequentava a Internationalen Ferienkursen für Neue Musik, em Darmstadt, conheceu David Tudor e John Cage, que se tornou seu mentor.

SERVIÇO:

Nam June Paik

De 27 de junho a 27 de agosto
Abertura: segunda-feira, 26 de junho, às 19h30
Oi Futuro (R. Dois de Dezembro, 63 – Flamengo)
Informações: (21) 3131-3060
Horário: Terça a domingo de 11h às 20h
Classificação etária: livre
Entrada gratuita 




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