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Quarta, 23 de maio de 2012, 18h56

Simpósio discute temática de enfrentamento do crack e outras drogas


Com o tema “Tecendo a rede de profissionais que atuam com usuários de crack e outras drogas e suas famílias”, o Simpósio Enfrentamento do crack e outras drogas: desafios e possibilidade foi aberto hoje (23) de manhã no Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Serão três dias de debates, conferências, palestras e mesas-redondas sobre a temática. O objetivo do evento é apresentar os resultados dos projetos de conclusão dos cursos de capacitação e atualização ministrados pelo Centro Regional de Referência de Formação Permanente de Profissionais que atuam com usuários de crack, outras drogas e seus familiares (CRRs/UFMT) e dar continuidade ao processo de discussão na comunidade universitária sobre drogas.

A reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli Neder, participou da solenidade de abertura do Simpósio e fez a entrega simbólica da proposta de consolidação da rede SUS [Sistema Único de Saúde] e SUAS [Sistema Único de Assistência Social] de assistência aos usuários de crack, outras drogas e familiares nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, no Estado de Mato Grosso, apresentada como projeto final dos cursos de capacitação e atualização oferecidos pelo Centro Regional de Referência/UFMT. A sugestão da reitora é transformar a proposta em livro para disseminar o resultado desse trabalho.

Maria Lúcia destacou o papel das parcerias com as Secretarias de Saúde do Estado e dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande. Para a reitora, é importante dar prioridade a políticas de enfrentamento do problema do crack e de outras drogas. Comemorou os resultados da primeira turma do curso de capacitação e atualização. Defendeu a abertura e consolidação de espaços de estudos e pesquisas sobre o problema a fim de, a médio prazo, levar discussões, como a do simpósio, para escolas, igrejas, unidades de saúde e às casas dos cidadãos.
Maria Lúcia reconhece que a formação dos profissionais é fundamental para o enfrentamento do problema, mas é necessária a decisão política de entrar nas escolas, em todas séries e períodos, em um trabalho de educação permanente. “É preciso pensar políticas públicas pelas escolas para o enfrentamento do problema”, frisou.

A coordenadora do CRRs, Delma Perpetua Oliveira de Souza, falou da importância desse momento para a UFMT, para os municípios de Cuiabá e Várzea Grande e para o Estado de Mato Grosso, pois o resultado final do curso é fruto do trabalho dos profissionais e vem do contexto da realidade desses profissionais. O foco do projeto é a relação problematizadora entre a teoria e a prática, na construção dos conhecimentos necessários para uma intervenção no serviço voltado para a assistência aos usuários de crack, outras drogas e seus familiares. Fundamenta-se em conhecimentos necessários dos profissionais, a fim de incorporá-los às suas práticas junto aos serviços a que estão vinculados, com base em Paulo Freire.

Os principais problemas identificados pelo projeto foram: o medo de trabalhar a temática; desarticulação entre os serviços existentes na rede SUS e SUAS; falta de leitos para internação; os equipamentos de saúde, que não contam com uma boa estrutura física e operacional; a escassez de recursos para a manutenção de equipamentos e realização de ações junto à população; a falta de investimentos na formação continuada dos profissionais, sendo escassas as ações de atualização e capacitação na temática droga.
Para a diretora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da UFMT, Marta Gislene Pignatti, esse foi o pontapé para a construção de diversos trabalhos que deverão advir com a implementação dessa política. Defendeu mais recursos financeiros para a consolidação do Centro Regional de Referência.
Políticas públicas
Esse foi o foco da palestra de abertura “Os Centros Regionais de Referências (CRRs) como política nacional no enfrentamento do crack e outras drogas” ministrada pela representante da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), Robson Robin. Para ele, o país “precisa de atualização de software nas máquinas e nas mentes”. Discorreu sobre os três níveis de classificação para a relação com as drogas: usuários de drogas, abusadores de drogas e nível de dependência.

Segundo ele, é fundamental para as políticas públicas definir os perfis. Ele reconheceu que a política de usar o tratamento repressivo às drogas não surtiu nenhuma eficácia. Robson Robin definiu os Centros de Referência como a “capacidade reativa de um país para o agora e para o futuro”. “Só a saúde não vai interromper o ciclo”, afirmou ao defender o equilíbrio entre o SUS e o SUAS.

Robson Robin falou ainda dos três pilares da Política Nacional “Crack, é possível vencer”, do governo federal, cujo objetivo é combater o tráfico, reduzir o consumo e prestar atendimento de saúde e social aos usuários do crack e seus familiares. Os três eixos são: prevenção, cuidado e autoridade. “A vida acontece nos municípios”, disse ele, ao defender a transversalidade entre União, Estado e Municípios no enfrentamento às drogas, a consolidação e sustentabilidade dos CRRs.

Para ele, os CRRs garantem a produção de conhecimento aplicado a uma época. É o processo de democracia do saber, de pensar o amanhã, e devolver para o coletivo. Novos editais para Centros Regionais de Referências deverão ser lançados em breve.  




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