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Turismo
Sexta, 08 de abril de 2016, 19h58

Jornalistas conhecem a primeira aldeia criada para o etnoturismo em Mato Grosso

Galeria de Fotos (33 imagens)

Jornalistas conhecem a primeira aldeia criada para o etnoturismo em Mato Grosso

  1. Tribo Paresi

  2. Tribo Paresi

  3. Tribo Paresi

  4. Tribo Paresi

  5. Tribo Paresi

  6. Tribo Paresi

  7. Tribo Paresi

  8. Tribo Paresi

  9. Tribo Paresi

  10. Tribo Paresi

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  28. Tribo Paresi

  29. Tribo Paresi

  30. Tribo Paresi

  31. Tribo Paresi - Fampress plantaonews (76).JPG

  32. Tribo Paresi - Fampress plantaonews (70).JPG

  33. tribo edmar kezonezokae plantaonews.jpg


  

Aldeia Quatro Cachoeiras apresenta dança de boas vindas


Reportagem: Alberto Romeu
Fotos:
 Márcia Cardoso

 

Larcide Kanoizokemae

Campo Novo do Parecis - MT -Uma aldeia indígena pensada e criada para fomentar o turismo. Histórias sobre costumes e lendas de um povo, o papel da mulher e a exuberância da natureza em território Paresi-Haliti foram oportunidades de conhecimento para um grupo de jornalistas e fotógrafos que esteve nos dias 1 e 2 de abril passado em Campo Novo do Parecis (390 km de Cuiabá), em um Fampress promovida pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (Sedec), em parceria com o trade turístico e a Prefeitura Municipal de Campo Novo do Parecis. Na ocasião foi apresentado o Projeto Rota Parecis, o primeiro roteiro indígena criado no Estado, que visa divulgar o potencial que Mato Grosso tem para o etnoturismo. O evento está inserido na programação da Feira Internacional de Turismo do Pantanal que acontece entre os dias 20 e 24 de abril, em Cuiabá.  Veja link de galeria no final da matéria.

 

Cacique Roni: Tem gente que ainda acha que somos canibais, diz sorrindo. “Estamos vivendo um novo conceito indígena contemporâneo, nova formação, concepção inovadora"

Os jornalistas saíram de Cuiabá na sexta-feira (1) às 6h00 da manhã, seguindo pela BR 163/364, passando por Diamantino e seguindo pela MT 235 chegando por volta de 12h00 em Campo Novo do Parecis, município que se destaca como o maior produtor nacional de girassol e pipoca, possui cerca de 42% do território destinado às safras de grãos. A cidade, plana, tem uma arquitetura moderna, com comércio e setor industrial competitivo. A região é conhecida como A Terra das Águas de Mato Grosso, com várias nascentes e pelo volume de água disponíveis dos rios Sucuríma, do Sangue, Membeca, Rio Verde, Sacre, Cravari e Papagaio. Corredeiras e exuberantes cachoeiras tornam propícias às praticas de canoagem, expedições, mergulho, rafting, rapel e ainda ciclo turismo. Na área indígena, existem 12 aldeias da etnia paresi haliti.

A primeira visita foi na aldeia Wazare, a 65 km da área urbana, liderada pelo jovem cacique Roni Azoinaice. Criada há apenas cinco anos, a comunidade foi pensada e desenvolvida para receber visitantes, promovendo a interação entre halíti (índios) e imutis (não índios). A experiência também alia o desenvolvimento e a cultura milenar. Os visitantes são recepcionados com danças, pinturas corporais, contos e cantos, além de caminhada pela mata. Por estar localizada às margens do Rio Verde, a visitação ainda inclui passeio de barco e banho. Ali vivem 37 índios de doze famílias da etnia Parecis.
 

Cacique Rony e sua família.


O cacique Rony Azoinaice conta que antes eles moravam na aldeia de seus avós. Porém com a convivência que ele teve na universidade (formando-se em Letras) com outras pessoas o despertou para a criação do produto turístico. “Eu senti essa necessidade que os não-índios têm em conhecer um pouco mais da nossa cultura, por isso decidimos criar a aldeia Wazare especificamente voltada ao turismo”, relata. Um dos detalhes é quanto aos sanitários, sendo distintos para homem e mulher. O cacique fez questão de levar o grupo para beber água em uma fonte “a mais limpa e protegida espiritualmente”.

A cordialidade e simpatia dos anfitriões são contagiantes. Rony narra contos históricos da sua comunidade, despertando atenção dos presentes. Descontraído revela que mesmo alguns moradores de Campo Novo do Parecis ficam temerosos. “Ainda tem quem acha que somos canibais, selvagens” – diz sorrindo.

Entre suas histórias, a lenda da mandioca, que nasceu da morte de uma índia que foi rejeitada pelo pai (que esperava o nascimento de um filho homem). Segue detalhando sobre sua rama, raiz e o aproveitamento, como alimento. Vale o visitante ouvir do cacique Rony os detalhes, como a promessa da filha para a mãe de que seria importante para todas as gerações.

A filha do cacique Rony faz as pinturas nos turistas e esbanja simpatia.

 

Rony contou da experiência em trazer para visitação a aldeia, alunos de uma escola da cidade. De 120 cadastrados vieram apenas 23 na primeira vez. Seria uma decepção. Os jovens ‘turistas’ voltaram eufóricos, postaram informações nas redes sociais, contavam a aventura, o convívio agradável, multiplicando informações positivas, o que fez que na sequência vieram muitos outros.

“Estamos vivendo um novo conceito indígena contemporâneo, nova formação, concepção inovadora, inclusive com um relacionamento harmonioso com os fazendeiros vizinhos que vem nos visitar como turistas”, frisou, antes de mostrar o interior de sua hati, nome dado as casas, onde tem camas (ao invés de redes), jogo de cozinha e geladeira. Inclusive piso de cerâmica. “Tem que tratar bem a mulher, ela é vaidosa e tudo fica mais fácil” – revelou para delírio das jornalistas presentes.
 

Redes no interior da háti na Aldeia Quatro Cachoeiras 

 

Três jornalistas (dois homens e uma mulher) foram vestidos e caracterizados aos paresis, o que é uma ação inserida na programação daqueles que vão conhecer a aldeia. São oferecidos pacotes para um tur cultural, mas também para visitas individuais.
 

O jornalista Fabrício (dir) usou vestimenta indígena.

Rony afirma que o apoio da prefeitura de Campo Novo do Parecis foi fundamental para o sucesso da experiência, onde o município sempre teve afinidade com a cultura indígena, inclusive na divulgação. “Hoje buscamos ampliar essa parceria com os governos estadual e federal, pois o turismo é uma forma de valorizar nossa cultura e manter economicamente de forma sustentável os nossos costumes”, ressaltou. Além de Rony, os demais caciques de outras  aldeias reverenciam a pessoa e os feitos do Marechal Rondon.
 

Uma das quatro cachoeiras.

 

Edmar Kezonezokae

Após pernoitar e jantar na cidade de Campo Novo do Parecis, os jornalistas saíram logo cedo para a Aldeia Quatro Cachoeiras, distante cerca de 80 km, dos quais 20 de terra. Foram recepcionados pelo cacique Narciso Kazaizase que também demonstrou satisfação com o projeto de inclusão turística e pretende interagir com o homem branco passando seus costumes e tradições. Detalhou que foi um dos alunos do internato e que no ano de 1954, teve que abandonar o mesmo na Missão Jesuítica de Santa Terezinha do Utiariti para formar a Aldeia Seringal e, depois mudou para a Aldeia Quatro Cachoeiras, localizada dentro da Terra Indígena Utiariti, composta hoje por 102 indígenas.

Em 2007, aconteceu na aldeia a solenidade para a abertura do I Jogos Interculturais Indígenas de Mato Grosso e o recebimento da tocha olímpica dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007, fatos que marcaram a história da aldeia e do município.

Jikunahati - o cabeça-bol, uma das atrações 

Os anfitriões fizeram uma rápida demonstração de Jikunahati (futebol de cabeça, ou cabeça-bol). Detalharam que a confecção da bola é feita de leite de mangaba que vai ao fogo e é engrossada. Somente os homens podem confeccionar a bola. O processo é demorado.
No local para a venda de artesanatos foi apresentada uma dança quando contou parte da história, crenças e costumes do povo indígena. Foi dado destaque para a preservação da família, a hierarquia e respeito entre eles, inclusive quanto à mulher.

O grupo conheceu próximo da sede as Quatro Cachoeiras, formadas pelo Rio Sacre, de água corrente e límpida.

Cenário exuberante

Jovem índio observa queda d'agua do Salto Utiariti


O próximo destino, e encerramento do Fampress, ainda na mesma aldeia, foi visitar um dos locais mais belos do Estado. Após percorrer cerca de 80 km de estrada de terra (plana e em ótima condição) os jornalistas chegaram a outro ponto onde bem próximo há uma comunidade, liderada pelo cacique Orivaldo Koremazokae, conhecido como Xirú. Após as boas vindas, o cacique - acompanhado de familiares e outros membros - caminhou por uma estrada curta cercada pela mata e fez questão de apresentar a imponente cachoeira Salto Utiariti, no rio Rio Papagaio, com seus 98 metros de queda d’agua, formando vários arco-íris e uma refrescante neblina.
 

No topo da coluna uma trilha leva o turista a uma paisagem deslumbrante.

Com pessoal qualificado em esportes radicais do grupo Equipe Vertical, vários jornalistas desceram a cachoeira de rapel. Próximo do lago formado abaixo da cachoeira existe uma caverna, que foi visitada por alguns fotógrafos e jornalistas.
 

Um dos jornalistas participa da descida de rapel.
Jornalistas e fotógrafos receberam material de divulgação e detalhamento por parte do secretário Vanderlei Guollo.

Todas as atrações da Rota Parecis são comercializadas em agência de turismo e sites especializados. As visitações ocorrem com autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai), de Campo Novo do Parecis.

A presença da gestão municipal no evento concretizou o que os líderes indígenas falaram. Além do prefeito Mauro Valter Beft e da vice-prefeita, Edlamá Batista Marques, o secretário de Cultura e Turismo, Vanderlei Guollo e o turismologo João Ricardo Bispo.

“O etnoturismo se apresenta como mais uma alternativa de fomento à economia da cidade, que é destaque no estado e no país pela agricultura” – disse o prefeito Mauro Berft. Explicou que foi necessário um trabalho de aproximação e confiança com os povos indígenas para o desenvolvimento de ações.
 

“O município possui essa relação estreita com os indígenas e eles encontram no executivo e legislativo municipal um diálogo aberto e resposta para as demandas”, afirmou Mauro.
 

Vanderlei Guollo acompanhou o grupo e detalhava informações aos profissionais.

Serviço:
Contato com a Aldeia Wazare: (65) 9914 9302 e 9636 2705
Secretaria de Turismo: www.terraparecis.com.br

Veja galeria com mais fotos aqui
 




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