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Turismo
Segunda, 06 de junho de 2016, 14h27

Tocha olímpica visita Fernando de Noronha


 

Após percorrer 11 Estados brasileiros em 102 dias, a chama olímpica seguiu a rota dos turistas e desembarcou, nesse domingo (5), na mais cobiçada das ilhas do litoral brasileiro, Fernando de Noronha.

O fogo símbolo dos Jogos Rio 2016 visitou o arquipélago em um momento especial: a Semana do Meio Ambiente. Dona de uma natureza em estado bruto, repleta de vegetação, pássaros exóticos, formações rochosas imponentes e enseadas, a ilha presenciou uma sequência de eventos para celebrar a semana e, ao mesmo tempo, a passagem da tocha. Na véspera, funcionários do projeto Tamar soltaram uma ninhada de filhotes de tartarugas marinhas durante o pôr do sol na Praia do Bode.

A chama começou seu trajeto por volta das 8h (7h no horário de Brasília) no Sueste, uma das baías mais exaltadas pelos visitantes. Como o mês de junho encerra o período de reprodução das tartarugas, diversas delas foram levadas a esta praia, considerada um berçário natural da espécie, para emoldurar a passagem do fogo. 

Golfinhos

Seguindo a linha do mar, o comboio atravessou a pequena extensão da ilha pela Transnoronha, menor rodovia federal, com 7 km de extensão. Na outra ponta, na área de embarque do porto, a bióloga Zaira Matheus esperava ansiosa por seu momento de participar da celebração. Moradora do arquipélago desde 1999, a mergulhadora se entusiasma ao falar de sua atividade.

"Cada mergulho é uma emoção diferente. Temos uma água limpa, clara e aqui impera a abundância de espécies. Sem contar que é possível mergulhar em todas as estações", afirma. Durante sua condução, Zaira tinha uma missão especial: ser anfitriã de um passeio em uma baía ocupada por golfinhos rotadores, que fazem, no ar, piruetas em formato de parafuso.

O barco que levava Zaira seguiu até as proximidades de Sela Gineta, uma das quatro ilhas secundárias de Noronha. Não demorou até as primeiras barbatanas surgirem. De repente, todos os barcos da expedição foram cercados por diversos desses animais, que faziam um sincronizado balé subaquático. "A ideia é o Brasil conhecer um pouquinho de Noronha e de seus ícones" afirma.

Na Praia da Conceição, uma enseada de ondas fortes, ladeada pelo Morro do Pico, coube a um dos noronhenses mais carismáticos conduzir a chama. Corredor desde a adolescência, quando era escoteiro, Renê Jerônimo, de 75 anos, percebeu que havia muita doença e sedentarismo na ilha. Começou a estimular uma pessoa, depois outra e seguiu, até montar um grupo de corrida, o Coração Valente, hoje com 80 participantes. A comunidade também decidiu homenageá-lo e criou uma corrida de rua com o nome do morador – ocorre todo mês de agosto." Muita gente vai carregar essa tocha para sempre. Não a tocha em si, mas a irmandade que ela gera", acredita.

Enquanto Seu Renê se preparava para vencer os metros de areia que o aguardavam, o alemão Wolfgang Frank Pelouse, de 49 anos, filmava tudo com o celular. Casado com uma brasileira e morador do Rio de Janeiro há três anos, o consultor não perdeu a oportunidade de cumprimentar o condutor e até de fazer fotos com ele. "O dia está lindo e esse lugar é espetacular. A passagem da tocha traz alegria ao povo brasileiro e ajuda a unir o País", analisou.

Depois de uma breve pausa para o almoço, a chama retomou sua peregrinação pelo centro histórico da ilha. O primeiro visitante a documentar sua parada no local foi Américo Vespúcio, em 1502. Relíquias arquitetônicas dos tempos de colônia ainda são vistas em uma simples caminhada. Um deles é o Forte Nossa Senhora dos Remédios, construído em 1737 sobre ruínas do reduto holandês.

Mais adiante, a chama percorreu a praça em frente à Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, erguida no mesmo ano em que se iniciou a construção do forte. Outro ponto de interesse é o Palácio de São Miguel, edificação erguida sobre o antigo presídio localizado na ilha, hoje sede administrativa de Fernando de Noronha.

O trecho final do percurso foi feito pela Transnoronha, até chegar à Capela de São Pedro, igreja debruçada sobre o Mar de Fora, porção oceânica voltada para o continente africano. Quem levou a tocha até lá foi Ademir Ventura, de 28 anos. Funcionário de uma ONG local dedicada à proteção de golfinhos rotadores e atleta amador, ele destacou a importância da visita da chama para o trabalho ambiental feito na ilha.

"A passagem da tocha trouxe seres humanos e animais juntos para o centro da discussão sobre a sustentabilidade no planeta", salientou. Nos metros finais de seu percurso, o noronhense deu saltos acrobáticos com a tocha nas mãos, até encerrar a missão ao lado dos outros condutores, sob a bênção do padroeiro da capela. "Foi pura emoção, instinto, extravasei toda a emoção que estou sentindo", relatou.

Rio Grande do Norte

Depois da passagem pela ilha pernambucana, a chama olímpica retoma amanhã sua programação pelo continente e segue para o Rio Grande do Norte. As cidades a receber o revezamento nesta segunda-feira (6) são Lages, Angicos, Assú e Mossoró.




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