Audiências avaliam situação de crianças abrigadas

A juíza da 1ª Vara de Infância e Juventude da Comarca de Cuiabá, Gleide Bispo dos Santos, iniciou esta semana as audiências concentradas em instituições de acolhimento na Capital. A situação de aproximadamente 40 crianças e adolescentes será avaliada com intuito de identificar a possibilidade de reintegração familiar ou, em último caso, envio para adoção. A medida atende exigência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

As últimas audiências concentradas de 2014 visitam quatro instituições que serão avaliadas por uma equipe multidisciplinar: ‘Casa Meninas dos Olhos de Deus’, que conta com quatro meninas com menos de 12 anos, ‘Nosso Lar’, que atende oito meninas de 12 a 18 anos, ‘Lar da Criança’, hoje com 16 crianças de até 12 anos e ‘Abrigo Nossa Casa’, que cuida de nove meninos.

“Essas audiências vêm sendo realizadas durante todo o ano e nosso objetivo maior é que esses problemas familiares sejam

 resolvidos. Infelizmente, problemas mentais ou de saúde impossibilitam a reintegração e até mesmo a adoção”, lamentou a juíza Gleide.

Segundo a psicóloga e coordenadora do projeto Nosso Lar, Gracielle Girardelo, o acompanhamento diário é muito importante para que essas adolescentes sejam reinseridas na sociedade. “Contamos com médicos, psicólogos e psiquiatras que dão o suporte necessário para que as meninas tenham condições de voltar ao convívio de suas famílias”.

A coordenadora conta com parceiros importantes para manter a casa funcionando. “Graças a esses parceiros possibilitamos uma rotina de atividades frequentes, como peças de teatro, cinema, aulas de dança, sala de informática, livros, enfim tudo para melhorar a autoconfiança e desenvolver a consciência crítica dessas adolescentes”, pontuou.

Participam ainda das audiências o promotor de Justiça, Rogério Bravin de Souza, o defensor público, Márcio Bruno Lima, além da psicóloga e de uma assistente social. Desde que foram iniciadas as audiências concentradas, em 2011, 203 crianças ou adolescentes retornaram ao convívio de suas famílias de origem, 146 estão com suas famílias extensivas e 35 ganharam novas famílias.