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A última edição da Feira da Construção de São Paulo (Feicon), ocorrida no início do mês de março deste ano, foi importante evento para o setor florestal o qual o presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Geraldo Bento, fez questão de participar. Isso porque, na feira, o segmento pode ampliar sua visão de mercado e ser mais compreendido pelo consumidor. No caso de São Paulo Bento garante que a aparição nesse cenário é ainda mais estratégica para o segmento estadual uma vez que lá está representado 70% do consumo da madeira amazônica e a busca é por produto de origem legal, o que vai, com certeza, fortalecer e incentivar o crescimento da área de manejo florestal em Mato Grosso.
O Cipem participou no evento dentro do "Programa Madeira é Legal", em conjunto com a ong WWF e o Sindicato das Indústrias da Construção de São Paulo (Sinduscon). A parceria é importante no sentido de conseguir esclarecer ao mercado a importância do setor de manejo florestal no mercado brasileiro. Nessa linha o analista da WWF, Ricardo Russo, explicou em entrevista dentro do evento a situação da madeira legal no Brasil.
Segundo ele, a WWF tem acompanhado a questão e percebe que existe um relacionamento estreito que as pessoas fazem entre o desmatamento e o setor florestal como um todo tratando os de manejo como se fossem ilegais e é preciso dividir isso. "O setor florestal emite pouco carbono e garante a floresta em pé, na medida em que aplica corretamente um plano de manejo florestal, conforme as orientações técnicas e garante empregos na região amazônica. Este é um setor que, para garantir a floresta, é fundamental. Ao mesmo tempo, sempre que aparecem os índices de desmatamento a mídia mostra sempre um caminhão de madeira carregando. Ora, se o setor precisa da floresta porque iria derrubá-la? O setor florestal sério é o que está com o 'nariz para fora da água', tentando se garantir dentro da legalidade para apresentar um produto que vai percorrer uma cadeia extremamente regulamentada. Então o setor vai se estrangulando por regulamentação excessiva, excesso de burocracia, desconfiança... E, por conta disso tudo quem investe no setor hoje em dia?", destacou o analista.
De acordo com Russo o grande investimento do setor atual é conseguir retirar esse 'nariz pra fora da água' e conseguir respirar e promover a sustentabilidade ambiental, social e econômica. "Por isso que as entidades se ligam ao programa Madeira é Legal", esclarece. Para isso, continua ele, "modernização é necessária e desregulamentação para garantir o que é possível para garantir a legalidade, também o é. Também ir em direção da construção de um novo formato de negócio e construção de mão de obra".
No tocante à modernização ele informa que o Programa espera para este ano reaquecer o mercado criando um portal de negócio que vai trabalhar toda a cadeia. Nele, as empresas vão poder oferecer a sua demanda e receber ofertas de produtores. "Vamos ancorar a ideia numa entidade que se chama UniFloresta, que representa produtores e no Sindmasp que ancora os consumidores", garante.
Ele adianta também que, para esta fase de modernização entra uma nova forma de fazer negócio. "O mercado da madeira é muito antigo na sua forma de trabalho. Alguém pega madeira, alguém vai lá e compra. Então acho que está na hora que, se esse mercado tiver que sobreviver e ganhar na cadeia vai ter que ser substituído por parceiros ao invés de fregueses", concluiu Russo.
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