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Geral
Segunda, 03 de setembro de 2018, 12h21

Presidente do CRP-MT fala sobre atendimento específico à população trans


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Organizado para debater políticas sobre a comunidade LGBT, o Seminário da 16ª Parada da Diversidade LGBT, que acontece em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), trouxe um painel na tarde desta quinta-feira (30), com a temática das políticas de identidade para os transgênera e contou com a participação da presidente Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP 18-MT), Morgana Moura.

A psicóloga apresentou resolução 01 de 2018 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), publicada para estabelecer normas de atuação para as psicólogas e psicólogos em relação às pessoas transexuais e travestis. Dentre os nove artigos da resolução, está a vedação aos profissionais para propor conversões, reversões, readequações ou reorientação para esta população.

"O CRP segue dois movimentos, um deles que é a nossa principal atuação, de orientar e fiscalizar a categoria, e reforçar aos profissionais que lidar com identidades trans não é lidar no processo patológico, não é doença. O outro movimento é subsidiar os gestores do Legislativo e Executivo de que existe uma ciência, uma profissão com conhecimento científico, que entende, que é necessário um atendimento específico para as pessoas trans", explica Morgana.

A mesa contou com a participação de duas pessoas transgêneras, Benjamim Braga, doutorando na UFMT, no Programa de Pós-Graduação em estudos de Cultura Contemporânea (ECCO), e Céu Cavalcanti, psicóloga, doutoranda na UFRJ e representante da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Ambos estiveram presentes para expor suas vivências, pesquisas, e os estudos desenvolvidos ao longo da vida e academia.

Benjamin trouxe para a discussão na mesa várias demandas da comunidade trans, como o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS), consultas com endocrinologistas, ginecologistas, psicólogas, dentre outros. O doutorando reiterou a importância desses encontros para pessoas que estão em processo de autoconhecimento.

"Quando pessoas que estão em processo de descoberta veem eventos como esse, acontecendo em ambientes como universidade, elas se sentem mais confortáveis para participar, conhecerem e no mínimo simpatizar com a causa", afirma.

Para Céu, é fundamental debater temas como esse, porque traz para o protagonismo assuntos historicamente excluídos e silenciados, que geram naturalizações de violência, exclusão, assassinatos e negligência.

"No ranking de assassinatos contra pessoas trans, o Brasil ocupa a primeira posição. Então é preciso falar sobre isso, criar sensibilidades, criar relações comuns para que as pessoas se sintam convocadas a pensar sobre isso. E também, criar normativas e proteções regulamentárias que de fato garantam às pessoas trans atendimento digno, humanizado. Isto é fundamental. E foi sobre isso que viemos falar aqui, espaço para entender essa diferença, mas também, construir proteções", relata.

O seminário antecede a 16ª Parada da Diversidade LGBT de Cuiabá, marcada para o dia 22 de setembro. Clóvis Arantes, do Movimento Livremente, um dos responsáveis pela organização, esclarece que, o seminário vem ao encontro das lutas ao favor de respeito e garantia de direitos para a comunidade LGBT.

"O tema da parada deste ano é para reafirmar a nossa existência, enquanto pessoas de direito. Porque quando chega em momento da política, muitas pessoas até nos enxergam, mas somente enquanto voto. Nós queremos que o nosso voto seja recheado de luta e de direitos. Não basta a gente só participar do processo, mas dizer as nossas demandas. Não estamos pedindo nada de acréscimo e sim, pedindo o que toda população deveria ter direito, além do respeito a toda e qualquer possibilidade de existência", afirma.

"O CRP 18-MT é um dos apoiadores do movimento, principalmente porque a parada é um ato político, que traz visibilidade para a população LGBT", finaliza Morgana.




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