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Presidente justificou a negativa do governo federal ao “fraterno oferecimento argentino” às vítimas das chuvas no estado
Forças Armadas estão desde o dia 11 de Dezembro nas regiões alagadas. |
BandNews
O presidente Jair Bolsonaro justificou a negativa do governo federal à ajuda humanitária oferecida pelo governo da Argentina para auxílio das vítimas das fortes chuvas que atingem a Bahia neste fim de ano. Em postagens nas suas redes sociais nesta quinta-feira (30), o mandatário se pronunciou dizendo que o “fraterno oferecimento argentino” foi recusado neste momento já que as Forças Armadas e a Defesa Civil estavam prestando a assistência que foi oferecida pelo país vizinho.
“A avaliação foi de que a ajuda argentina não seria necessária naquele momento, mas poderá ser acionada oportunamente, em caso de agravamento das condições. A resposta do Ministério das Relações Exteriores à Embaixada Argentina é clara a esse respeito”, detalhou no texto que o oferecimento argentino era para trabalho de almoxarife e seleção de doações, montagem de barracas e assistência psicosocial".
A recusa aumenta o histórico de divergências entre Bolsonaro e Alberto Fernández, presidente argentino. Ligado à esquerda, o líder do país vizinho se encontrou recentemente com o ex-presidente Lula.
A oferta previa o envio de uma delegação de 10 técnicos especializados em desastres naturais para auxiliar os baianos, com profissionais com expertise em logística, água, saneamento básico e ajuda psicossocial. A recusa da autorização para a missão humanitária foi informada pelo consulado argentino na Bahia ao governo estadual na última quarta-feira (29).
A recusa ao auxílio argentino foi bastante criticada por opositores e se soma ao fato de o presidente não estar acompanhando a ajuda à Bahia nos locais das cheias. Após o agravamento da situação, ele mandou cinco ministros (Desenvolvimento Regional, Saúde, Turismo, Mulher, Família e Direitos Humanos e Cidadania) para seguir os trabalhos nos locais castigados pela chuva e tem acompanhado os últimos dias da crise de Santa Catarina, onde passa parte de sua viagem de fim de ano.
Os ministros e o próprio presidente já anunciaram ações de auxílio, como o repasse de parte da verba de R$ 200 milhões para a reconstrução de estradas na Bahia e a liberação do saque do FGTS às famílias que perderam tudo por conta das cheias. Governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse que o valor destinado ao estado não é suficiente.
Bolsonaro não está oficialmente de férias, já que não passou o cargo ao vice-presidente e está, em tese, despachando no período que está hospedado em um Forte da Marinha em São Francisco do Sul.
O volume de chuvas no sul da Bahia é o maior dos últimos 32 anos, segundo a Defesa Civil. Até esta quarta-feira (29) foram confirmadas as mortes de 24 pessoas, sendo que mais de 400 ficaram feridas. Ao todo, 141 cidades relataram estragos pelas chuvas e 136 municípios declaram emergência. O total de baianos atingidos passa de 600 mil.
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