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Terça, 18 de fevereiro de 2014, 08h26

Governo pede esforço de Cuiabá para terminar estádio, que terá novas inspeções


 

Reuters

O governo federal pediu nesta segunda-feira às autoridades em Cuiabá para fazer o que for necessário para ter seu estádio pronto a tempo da Copa do Mundo, depois que um relatório do Ministério Público apontou que um incêndio em outubro causou mais danos do que foi divulgado anteriormente.

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, minimizou a gravidade do incêndio ocorrido em 25 de outubro na Arena Pantanal, que ele descreveu como "pequeno", mas reconheceu que o MP de Mato Grosso exigiu uma nova avaliação, independente, das condições de segurança, após relatório de danos estruturais no local.

"Nós recomendamos ao proprietário, que é o governo do Estado, e à empresa que constrói a adotar todas as medidas para que o estádio seja entregue com a possibilidade de cumprir todos os eventos-testes necessários para a realização dos jogos da Copa", disse Aldo a jornalistas, sem dar mais detalhes.

A Reuters revelou no sábado o conteúdo do relatório dos promotores, preparado em dezembro, mas que não havia sido divulgado, segundo o qual o incêndio causou "danos estruturais" que "poderiam comprometer a estabilidade global da construção".

Os promotores disseram que não vão permitir partidas no estádio até terem a certeza de que ele é estruturalmente sólido. Um evento-teste está previsto para o início de abril, enquanto o primeiro jogo da Copa do Mundo em Cuiabá está marcado para 13 de junho, entre Chile e Austrália.

A Secopa de Mato Grosso emitiu uma nota nesta segunda-feira reafirmando que o incêndio não provocou danos estruturais na arena.

"A visita do engenheiro que elaborou o relatório do Ministério Público, citado na matéria, aconteceu em novembro do ano passado, antes das obras de recuperação serem realizadas", diz um trecho do comunicado.

O promotor estadual responsável pelo inquérito sobre o incêndio, Alexandre Guedes, confirmou o atraso na prestação de contas do governo de Mato Grosso sobre a obra. Segundo a autoridade, em 7 de fevereiro a equipe da Secopa de MT encaminhou resposta sobre o reparo, após pedido feito em 10 de dezembro.

O secretário do governo de Mato Grosso responsável pela Copa do Mundo em Cuiabá, Maurício Guimarães, admitiu que houve "falta de comunicação" na entrega dos esclarecimentos e disse não saber explicar por que o relatório do MP aponta dano estrutural e a construtora identifica que não houve impacto para a obra.

"Se precisar de um documento final atestatório, será feito, será encaminhado. Mas o fato é que não há risco, não impactou aquilo que era fundamental, a estrutura (da Arena)", afirmou a jornalistas em Cuiabá, antes de mostrar o reparo feito no local do incêndio.

A Arena Pantanal, que vai receber quatro jogos da primeira fase da Copa, é um dos cinco estádios que ainda precisa ser concluído para o torneio, que começa dia 12 de junho, em São Paulo.

OUTRAS INSPEÇÕES

A procuradora federal Bianca Britto de Araujo solicitou nesta segunda-feira perícia no estádio a ser feita na semana que vem junto com engenheiros eletricistas e civis do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MT).

Ela quer que sejam feitos "ensaios para avaliar se houve dano estrutural e qual a dimensão do estrago" após o incêndio.

O Ministério Público está programado para realizar a sua própria inspeção independente no local do incêndio na quinta-feira. Os procuradores federais disseram na semana passada que lançariam sua própria investigação sobre o incêndio com base nas avaliações do organismo estatal.

Nesta segunda-feira, a Reuters obteve fotos coloridas do relatório do Ministério Público. As fotos mostram concreto decomposto e outros danos em pilares que formam a estrutura principal da arena, de acordo com o texto do relatório.

Anteriormente, a Reuters teve acesso a uma versão em preto e branco, em que as fotos não mostravam o dano tão claramente.

"As fotos em nosso relatório ilustram claramente que o governo (estadual) está errado quando diz que o incêndio não causou danos estruturais ao estádio", disse Clóvis de Almeida, que faz parte de uma unidade especial do Ministério Público para monitoramento dos preparativos do governo estadual para a Copa do Mundo.

O incêndio ocorreu no subsolo de uma das duas principais arquibancadas na Arena Pantanal, que permanece em construção.

O relatório do Ministério Público inclui uma foto que mostra "danos no núcleo rígido situado na região afetada pelo incêndio", de acordo com um texto assinado por um engenheiro civil local independente.

Outra foto na mesma página, que o relatório diz ser de um "pilar/parede danificada pelo incêndio, observa-se lascamento do concreto".

"Ressalta-se que, a perda de resistência destes elementos podem comprometer a estabilidade global desta construção", afirma o relatório.

O texto também traz um diagrama mostrando que a "área mais afetada pelo fogo" inclui quase metade do nível de embasamento do estádio, incluindo três das seis principais vigas de sustentação da construção.

Mas ressalta que "os danos ocorridos na estrutura de aço, embora importantes, não comprometem a estabilidade global da edificação, podendo ocorrer acidentes de pequena proporções."

(Reportagem adicional de Anthony Boadle, em Brasília)

 




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