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Economia
Quarta, 26 de março de 2014, 21h24

Com atuação extra do BC, dólar fecha em alta e patamar de R$2,30 é testado


 Num dia de atuação extraordinária do Banco Central, o dólar interrompeu quatro sessões de quedas consecutivas e fechou em alta ante o real, com investidores buscando entender a estratégia da autoridade monetária, sob a suspeita de que o nível de 2,30 reais pode se firmar como um piso para o câmbio neste momento.

A moeda norte-americana subiu 0,10 por cento, a 2,3084 reais na venda, após chegar a 2,2926 reais na mínima do dia. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,8 bilhão de dólares.

"O BC mostrou que está ativo. Está tentando defender esse nível, mas sem fazer alarde", disse o analista de uma gestora de recursos internacional, ressaltando que o piso de 2,30 reais é "confortável" para a autoridade monetária, pois não prejudica a indústria nem pressiona a inflação.

No início da sessão, o BC vendeu apenas 2,4 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes a venda futura de dólares, da oferta diária de 4 mil, com volume equivalente a 118,9 milhões de dólares.

Com isso, o dólar anulou a queda e passou a subir, batendo na máxima de 2,3207 reais na venda. Boa parte dos especialistas interpretou a intervenção como sinal de que o BC não estaria confortável com a moeda norte-americana abaixo de 2,30 reais, que também prejudicaria as exportações.

Nos últimos quatro pregões, o dólar recuou ante o real, acumulando desvalorização de 1,82 por cento no período, movimento estimulado pelo quadro de maior otimismo nos mercados internacionais e ingresso de recursos no Brasil.

"Para bom entendedor, pingo no 'i' é letra. O recado é esse: o mercado vai ter que trabalhar com piso", chegou a dizer mais cedo o especialista em câmbio da corretora Icap, Italo Abucater.

Logo em seguida, no entanto, o BC anunciou outro leilão de swap cambial tradicional para ofertar justamente o montante que ficou de fora em sua ração diária: 1,6 mil contratos.

Na operação extraordinária, vendeu a oferta integral, todos com vencimento em 1º de dezembro deste ano e volume equivalente a 79,1 milhões de dólares. O BC também ofertou swaps para 1º de outubro, mas não vendeu nenhum.

Segundo afirmou uma importante fonte da equipe econômica à Reuters, o programa de leilões cambiais não mudou e o governo não busca estabelecer patamares para o dólar.

Após a operação, o dólar passou a oscilar entre a estabilidade e leves altas, à medida que investidores tentavam decifrar as intenções da autoridade monetária.

O mercado já questionava o patamar de 2,30 reais devido a indicações de que o BC pode não rolar todos os swaps que vencem na próxima terça-feira no valor equivalente a 10,148 bilhões de dólares. Ainda faltam cerca de 75 mil contratos para serem rolados e o BC tem apenas 3 dias úteis para fazê-lo. Mantendo o atual ritmo de oferta, seriam colocados apenas 30 mil.

Para esta sessão, o BC vendeu toda oferta de 10 mil contratos, já rolando um pouco menos de 65 por cento do lote total.

"Nós e os mercados nos perguntamos aonde exatamente as autoridades querem chegar, com o dólar perto de 2,30 reais", escreveram analistas do Brown Brothers Harriman em relatório. "Por enquanto, vemos suporte para o dólar em 2,30 e em 2,25 reais e resistência em 2,35 e 2,40 reais".

Segundo especialistas, que já se mostravam céticos sobre a possibilidade de o dólar se firmar nesses patamares mais baixos, os acontecimentos desta sessão serão mais um empecilho.

"O humor nos mercados internacionais está mais calmo, mas isso não deve durar muito. E agora, com essa história do BC, acho menos provável ainda que a baixa se sustente", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

(Reuters)




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