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Política MT
Quinta, 10 de fevereiro de 2011, 17h17
História

Trajetória do PT engrandece a democracia


O Partido dos Trabalhadores completa 31 anos com a maior bancada na Câmara dos Deputados, a segunda no Senado Federal. Pela terceira vez ocupa o Palácio do Planalto, elegendo a primeira mulher para a presidência da República. Também elegeu, em 2010, governadores em cinco estados (Acre, Bahia, Distrito Federal, Sergipe, Rio Grande do Sul).

A trajetória do PT engrandece a democracia, destaca o senador Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado e do Bloco de Apoio ao Governo. "O PT tem dado contribuições extremamente importantes, não apenas no modo de administrar, mas no modo de legislar, como atua no parlamento e como pensa a disputa de hegemonia na sociedade", completa.

"Um partido que não encontra respaldo junto ao eleitorado, que não tem propostas, que realmente faça diferença na vida das pessoas, não consegue ter um ciclo de poder como o PT está tendo agora", analisa a senadora Gleise Hoffmann (PR) ao lembrar que o partido ganhou as três últimas eleições presidenciais e expandiu significativamente suas bancadas no Congresso Nacional.

O senador Delcídio Amaral (MS) considera que, hoje, o PT é o partido mais importante do País e tem o mérito de ter construído um projeto extraordinário para o Brasil. Estes 31 anos, registra o senador, foram marcados por lutas pela cidadania, respeito às pessoas compromisso com o Brasil, com políticas públicas e sociais que permitiram a inclusão de pessoas que estavam à margem da sociedade.

O PT surgiu atuando contra uma determinada cultura política, contra determinados costumes políticos, mas, principalmente, contra a forma de estruturação da sociedade brasileira, lembra Humberto Costa. "E tem contribuído com grandes gestões, como a do Presidente Lula, que colocou o Brasil no rumo do desenvolvimento e na perspectiva de, efetivamente, fazer o nosso País se tornar uma das nações mais desenvolvidas do planeta", acrescenta ele. Um dos fundadores do partido, Costa recorda, ainda, as adversidades enfrentadas pelo PT por ser de esquerda, popular e que a superação de obstáculos permitiu que o partido ocupasse os espaços mais importantes da República.

Militância

A senadora Ângela Portela tem na memória momentos marcantes em de sua trajetória política e destaco a eleição para a presidência do Diretório Estadual de Roraima em 2007 , a reeleição em 2009 e, principalmente, a decisão da maioria absoluta dos delegados presentes ao encontro regional, realizado em maio de 2010, confirmando seu nome como candidata do partido ao Senado. " Para isso, o PT de Roraima precisou enfrentar pressões internas e externas e, ao fim do processo eleitoral, a decisão se revelou a mais acertada, uma vez que tivemos uma votação histórica, conquistando pela primeira vez um mandato majoritário pelo Estado de Roraima" , conta.

Para o senador João Pedro (PT-AM) , o PT contribuiu significativamente para o avanço da democracia brasileira, a redução da pobreza, a transparência na administração pública e, sobretudo, o reconhecimento mundial desta grande nação que é o Brasil. Ele lembrou que há 31 anos os trabalhadores decidiram criar um instrumento para lutar pelos seus direitos. E enfatizou que a Carta de Princípios de 1º de maio de 1979, já anunciava o sentido daquele ato quando afirmava: "agora, chegou a vez de o trabalhador formular e construir ele próprio seu país e seu futuro".

"Acho que o PT está no auge da sua maturidade, exercendo com muita responsabilidade o voto conferido pelo povo. E a militância tem entendido isso, tem brigado pelo partido nas ruas, nas campanhas, defendido ideias. É nossa grande jóia", avalia Gleise Hoffmann. Para ela, um partido sem militância não é um partido que tenha intervenção no seio sociedade. O Partido dos Trabalhadores (PT) tem hoje 1.419.277 filiados

E foi na militância que a senadora Ana Rita Esgário (ES) começou a sua atuação no PT e ela destaca que o momento mais marcante de sua trajetória política foi quando assinou a ficha de filiação em 1987, durante uma grande plenária. Ana Rita recorda que foi por intervenção do um companheiro, Paulo Vinhas, que foi assassinado, que ela decidiu se filiar. Para o futuro, ela espera que as mulheres estejam ocupando mais cargos políticos e espaços no partido.

Outro militante que chega ao Senado este ano é senador José Pimentel (CE). Vindo da Pastoral Operária, ele fez parte da eleição da primeira diretoria do sindicato dos bancários no estado após a ditadura militar e depois teve longa atuação na vida sindical.

Pimentel acredita que a consolidação do estado democrático brasileiro passa pela reforma política e o fortalecimento da estrutura partidária, com a participação popular. "Por isso", diz ele, "eu tenho a clareza que quando o partido completar 62 anos, eu estarei de bengalinha, na Praça do Ferreira, em Fortaleza dizendo ‘o PT continua tendo um grande papel na política brasileira".


Lições da história

Com 31 anos de PT, o senador Walter Pinheiro (PT-BA) acumula histórias que viveu durante a construção do partido. Uma delas, ocorreu em 1982, na companhia do então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, no município baiano de Barbosa.

"O município era conhecido por sua população aguerrida, batalhadora, com uma cultura forte. Quando chegamos à cidade, fomos literalmente escorraçados. A gente estava no coreto, ouvindo as pessoas nos chamarem de ‘comedores de criancinhas’, os comunistas que vão acabar com a cidade. Foi um momento muito tenso. Hoje, quase 30 anos depois, o prefeito da cidade é exatamente a pessoa que liderava a revolta contra nós. E, curiosamente, ele é petista", conta o Walter Pinheiro.

Outro militante histórico do partido, o senador Aníbal Diniz (PT-AC) guarda na memória grandes momentos, vividos nos 30 anos de filiação no PT. Um momento marcante, de grande tristeza foi a morte do amigo e companheiro Chico Mendes, assassinado em Xapuri, no Acre. "A morte de Chico Mendes foi um momento muito difícil de atravessar. Mas houve também momentos de alegria, como o que vivi ao ser eleito governador do Acre e a posse do presidente Lula", conta o senador.

Filiação assinada por Lula

A trajetória política do senador Paulo Paim (PT-RS) começou no Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas, no Rio Grande do Sul ,em 1983, durante um comício em sua cidade, Paulo Paim se filiou ao PT. "Minha filiação foi assinada pelo próprio Lula", conta.

Entre os momentos mais marcantes de sua trajetória, o senador Paulo Paim relembra a caminhada que liderou contra a ditadura no País. "Saímos a pé de Canoas, numa caminhada de 32 quilômetros, até Porto Alegre. Éramos umas 20 mil pessoas, protestando contra a ditadura. No caminho, tínhamos de atravessar uma ponte e, do outro lado, os militares ameaçavam metralhar todo mundo", conta o senador. A caminhada prosseguiu e a recompensa foi o apoio da população de Porto Alegre, que recebeu a multidão jogando flores sobre as pessoas.

"Foi maravilhoso. Aquela multidão exausta da caminhada sendo recebida com flores, em plena avenida Farrapos. Mais bonito ainda foi quando chegamos em frente ao palácio de governo e alguns provocadores começaram a gritar para invadirmos o palácio. Do outro lado, eu pedia para manterem a calma, para não aceitarem a provocação. Foi quando os militares cortaram o som e eu não tinha como falar para aquelas 20 mil pessoas. Então, eu falava e as pessoas iam repetindo: Não à provocação! E as pessoas iam falando para as outras "Não à provocação" e logo todos gritavam "Não à provocação"! E ai, eu dizia "Não à invasão do palácio" e eles repetiam. "Pelo fim da ditadura! E eles repetiam! Foi lindo esse momento", conta Paim emocionado.

Primeiro senador pelo PT

Em 1979, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi convidado, juntamente com um grupo de intelectuais, para ser co-fundador do Partido dos Trabalhadores. De lá para cá, Suplicy trabalhou na construção da legenda. "Tínhamos como objetivo, por meio democráticos, construir uma sociedade mais justa, com direitos iguais para todos os brasileiros. E nós conseguimos esse feito", conta o senador, que foi o primeiro senador eleito pelo PT.

Para Suplicy, o momento mais importante de sua vida e desses 31 anos de partido, foi em 2004, quando o presidente Lula sancionou a Lei 10.835, que instituiu o Programa de Renda Básica de Cidadania, principal bandeira do senador. "É um direito de todos participarmos das riquezas da Nação. O Programa será implantado em etapas e espero que ao final do governo da presidenta Dilma, ela possa atingir este objetivo", disse.




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