MPE conclama população a denunciar a existência de abates clandestinos para intensificar atuação

Para coibir o funcionamento de abates clandestinos em Várzea Grande, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso, em parceria com o Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental e a Vigilância Sanitária Municipal, vem realizando várias ações de fiscalização. O trabalho conjunto tem apresentado bons resultados, mas a continuidade da iniciativa também depende do envolvimento da sociedade.

"Precisamos da participação dos cidadãos com a realização de denúncias para que o trabalho avance ainda mais. Quem souber da existência de algum matadouro clandestino pode ligar na Ouvidoria do Ministério Público, no número 127. A ligação é gratuita e pode ser feita das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira", destacou o promotor de Justiça que atua na Defesa da Cidadania e do Consumidor em Várzea Grande, Rodrigo de Araújo Braga Arruda.

Segundo ele, as últimas apreensões e fechamento de abate clandestino no município ocorreram em junho deste ano. No local, denominado "Chácara Nossa Senhora Aparecida", os fiscais encontraram abatedouro irregular de carneiros. Embora o proprietário da chácara tenha afirmado que os carneiros abatidos seriam somente para o seu consumo, os fiscais apreenderam máquina de serra fita para cortar os animais, balança, apetrechos de açougue, facas, chaira, ganchos, caixa de embalagem, freezer e câmara fria.

"Na propriedade há uma grande quantidade de carneiro e achamos um pequeno abatedouro improvisado, com presença de sangue e vestígio de que ocorre sempre abate no local, com muita ossada de cabeça e restos de carneiro, também havia uma grande quantidade de urubus e forte mau cheiro", relataram os fiscais, no relatório técnico de inspeção sanitária.

Durante a inspeção, conforme o Ministério Público, foi constatado, ainda, que o responsável pelo abatedouro havia arrendado um mercado no bairro 24 de dezembro. A equipe foi ao local e apreendeu onze quilos e duzentas gramas de carne de carneiro e 240 quilos de costela bovina, que estavam expostas ao sol, sem refrigeração e com muitas moscas. Quanto questionado sobre o restante da carne, um dos funcionários do mercado informou que o produto havia sido distribuído para restaurantes da cidade.