Defesa Civil passa a integrar Secretaria das Cidades

Responsável pelas ações de prevenção, reposta e reconstrução em situações de desastres, a Superintendência da Defesa Civil de Mato Grosso passa a compor a Secretaria de Estado das Cidades (Secid-MT). A modificação pretende fortalecer o contato com os 141 municípios, principalmente no âmbito das atividades de monitoramento. Até o ano de 2014, apenas 90 cidades possuíam contato direto com o órgão de proteção.

Dentre os serviços realizados pela Superintendência estão os monitoramentos de rios e focos de queimadas, e ainda o acompanhamento de veículos transportadores de cargas perigosas (fertilizantes e combustíveis). Mato Grosso é hoje uma das principais rotas rodoviárias deste tipo de transporte, já que conta com vias que dão acesso direto aos estados da região norte do país.

Para o secretário das Cidades, Eduardo Chiletto, a vinda da Defesa Civil para a Secid-MT consolida o compromisso e a proximidade com os municípios. De acordo com ele, é importante que ações preventivas sejam trabalhadas nas cidades para que desastres sejam evitados.

“Será feito um levantamento sobre as áreas de risco no Estado e dessa forma trabalharemos de forma preventiva. A vinda da Defesa Civil só vem para contribuir, principalmente, no que se refere às ações de política urbana e de uso e ocupação do solo”, informou Chiletto.

Ações

Com intuito de fortalecer o trabalho preventivo, a Defesa Civil já estuda a possibilidade de realizar capacitações entre os entes estaduais (órgãos e autarquias) e também junto à sociedade. A intenção é fazer com que os gestores recebam informações e compreendam o papel de cada pasta em momentos de crise junto às comunidades.

Além disso, há ainda a expectativa de recriar o Grupo de Voluntários da Defesa Civil de Mato Grosso, que desde 2008 foi extinto. Atualmente, o Estado é uma das poucas localidades brasileiras que não possui este serviço de voluntariado. A ideia é também organizar, dentro dos bairros, Núcleos de Proteção e Defesa Civil.

De acordo com o atual representante da Defesa Civil de Mato Grosso, coronel Abadio José da Cunha Junior, são os moradores os primeiros a perceberem as situações de desastres. O profissional explica que a criação destes grupos faz parte da estrutura da Defesa Civil. “Queremos incentivar as pessoas a terem esse sentimento de percepção aos sinistros. Para isso, temos a intenção de repassar as informações sobre cada tipo de desastre, a atual legislação da Defesa Civil e conceitos de primeiros-socorros”.

Outra ação, que também deverá ser desenvolvida pela Defesa Civil, é a criação de um Centro de Monitoramento Ambiental. De acordo com Cunha, profissionais que atuam junto à Sudec já desenvolvem este tipo de atividade diariamente, porém a ideia é ampliar o serviço.

“Não podemos apenas saber a extensão de uma área que foi atingida pelo fogo. Esta é uma situação que afeta o meio ambiente e a população. Precisamos desenvolver um mecanismo em que saibamos também quantas pessoas foram prejudicadas por este sinistro. Assim conseguimos ampliar os serviços da Defesa Civil e da saúde pública, por exemplo”, explica.

Para o coronel, a implantação deste sistema de monitoramento contaria com apoio dos trabalhos desenvolvidos tanto pela Defesa Civil, como também pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema-MT). “A criação deste serviço seria somada às atividades que já acontecem no Estado. Ou seja, iríamos aproveitar o sistema de monitoramento já em ação e ampliá-lo. Vale destacar que além das queimadas, a chuvas também seriam alvo deste novo sistema”.

Defesa Civil

Pertencente ao Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC), a Defesa Civil de Mato Grosso é a instituição responsável por auxiliar os municípios em situações de desastres naturais e/ou humanos, como também realizar o monitoramento de áreas e ainda preparar as comunidades para possíveis sinistros que possam ser registrados. “Ensinamos a sociedade a se autoproteger em situações diversas e de risco”, afirma o coronel Cunha.

Segundo ele, o órgão estadual também tem a função de gerenciar o contato entre as cidades e os órgãos federais, principalmente, em momentos em que são verificados desastres. “A principal responsabilidade da Defesa Civil Estadual é fazer as ações de ‘meio-campo’ entre os municípios e o país. Porém também contamos com equipes que atuam nos momentos de crise, inclusive para dar suporte nas ações de resposta a ocorrências”.