Conselho de Segurança apoia esforços regionais para garantir transferência de poder na Gâmbia

O Conselho de Segurança da ONU pediu na quinta-feira (19) que todas as partes respeitem o resultado das eleições de 1º de dezembro na Gâmbia, reconhecendo Adama Barrow como presidente eleito.

O órgão também manifestou apoio ao compromisso dos países do Oeste da África em “garantir, primeiramente por meios políticos, o respeito e o desejo da população”.

O presidente eleito tomou posse nesta quinta-feira na embaixada da Gâmbia no Senegal, uma vez que o atual presidente Yahya Jammeh, no poder 22 há anos, recusa-se a sair. Segundo informações da imprensa internacional, tropas senegalesas adentraram o país.

Em resolução, o Conselho de Segurança expressou grave preocupação com o risco de deterioração da situação na Gâmbia.

O Conselho condenou o comunicado emitido pelo presidente Jammeh em 9 de dezembro no qual rejeitava os resultados eleitorais. O órgão da ONU também criticou a tomada da Comissão Eleitoral Independente pelas Forças Armadas do país em 13 de dezembro, assim como a tentativa do Parlamento na última quarta-feira (18) de estender por mais três meses o mandato de Jammeh.

O órgão da ONU condenou fortemente as tentativas de não obedecer a vontade da população e minar a integridade do processo eleitoral, assim como as tentativas de evitar uma transferência de poder pacífica e ordenada ao presidente eleito ao declarar estado de emergência.

Endossando as decisões da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da União Africana de reconhecer Barrow como presidente eleito, o Conselho de Segurança pediu que os países da região e organizações regionais relevantes cooperem nos esforços de uma transição de poder.

O Conselho pediu ainda que a Defesa do país e as forças de segurança mantenham uma atmosfera de calma, e enfatizou que “é seu dever e obrigação colocar-se à disposição das autoridades democraticamente eleitas”.

O comunicado também elogia e apoia os esforços da União Africana e da CEDEAO de promover a paz e a estabilidade na região. No texto, o Conselho pede que o secretário-geral atualize o órgão em até dez dias sobre a implementação da resolução aprovada.