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Quinta, 16 de agosto de 2018, 10h35

Mais de 300 jornais publicam editoriais contra os ataques de Trump à livre expressão


Mais de 300 jornais norte-americanos estão unidos em um protesto contra os constantes ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à imprensa. Em ação coordenada pelo diário The Boston Globe, cada um dos veículos publicará nesta quinta-feira (16) um editorial próprio alertando sobre os perigos que a guerra promovida por Trump à mídia representam à liberdade de expressão e à democracia.

“Não somos inimigos do povo”, afirmou Marjorie Pritchard, sub-editora-chefe do The Boston Globe, rechaçando uma acusação feita várias vezes por Trump. Os editoriais, diz ela, deverão qualificar os ataques do mandatário norte-americano com “uma guerra suja contra a liberdade de imprensa”.

Os participantes do esforço incluem jornais de grande circulação, como o The New York Times, The Houston Chronicle e The Miami Herald, bem como publicações menores, como The Oakridger em Oak Ridge, Tennessee, e The Griggs County Courier e Steele County Press em North Dakota.

James Bennet, editor de opinião do The New York Times, citou a posição pública do publisher do jornal, A.G. Sulzberger, ao expor o motivo da participação do jornal na iniciativa. "Em um momento em que os jornais de todo o país estão sob real pressão comercial e política, achamos que é importante mostrar solidariedade", disse Bennet, conforme relato do The New York Times.

No mês passado, Trump elevou a tensão em sua relação com a imprensa, informou a Folha de São Paulo, após uma série de comentários, quando revelou uma reunião que teve com o publisher do The New York Times, no dia 20 de julho, a pedido da Casa Branca.

Nas redes sociais, Trump afirmou que a reunião foi “muito boa”, e que passou boa parte do tempo comentando sobre “a vasta quantidade de ‘fake news’ [notícias falsas] publicadas pela mídia”. “[A expressão] ‘fake news’ se transformou na frase ‘inimigos do povo’. Triste!”, disse o presidente – sem esclarecer que a frase foi usada por ele próprio, em diversos pronunciamentos.

Em nota, ainda segundo a Folha de S.Paulo, Sulzberger rebateu o relato do presidente, e afirmou que foi ao encontro, na realidade, com o objetivo de alertar Trump sobre sua retórica anti-imprensa. “Eu disse diretamente ao presidente que sua linguagem não era apenas divisiva, como também perigosa”, declarou Sulzberger, para quem o discurso inflamado do presidente está contribuindo para uma alta nas ameaças contra jornalistas.

Horas depois, Trump voltou à carga, e acusou o “falido New York Times” de não fazer nada além de “escrever reportagens ruins mesmo a respeito de conquistas positivas [do governo]”. “A liberdade de imprensa também carrega a responsabilidade de reportar as notícias de forma precisa”, escreveu o mandatário americano, nas redes sociais. “Eu não permitirei que nosso grande país seja liquidado por inimigos anti-Trump da moribunda indústria jornalística.”

Mais jornalismo

O alerta da ação conjunta elaborada pelos jornais norte-americanos não é uma reação armamentista à guerra promovida por Trump. Pelo contrário, mostra que a reação a esse tipo de ataque é feita com mais jornalismo e conscientização da população. A jornalista e colunista de mídia do The Washington Post, Margaret Sullivan, resume bem essa posição, segundo o site Editor&Publisher: "Nós jornalistas não devemos seguir o exemplo [do ódio destilado por Trump]. Não devemos dar uma cobertura inquestionável a Trump, mas também não devemos estar envolvidos em uma guerra contra o presidente".

Marty Baron, editor executivo do The Washington Post, afirma Sullivan, tem dito com razão que os jornalistas não estão em guerra, mas no trabalho. "O trabalho que fazemos é em nome dos cidadãos que precisam de informações precisas. Isso exige resistência quando estamos sob ataque. E isso requer um compromisso constante com a justiça", completa a jornalista.

ANJ




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