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Esporte
Domingo, 01 de abril de 2012, 15h57

Mauro Mendes: ''A Prefeitura deve participar da Copa''


xO empresário Mauro Mendes (PSB) irá definir sobre sua candidatura para prefeito neste mês, mas admite dialogar com alguns partidos nos bastidores e começou a criar um plano de governo por meio do projeto ‘Cuiabá de Verdade’, no qual tem debatido temas de interesse da sociedade com lideranças e a população.

Crítico da atual administração de Cuiabá, Mendes disse que o prefeito Chico Galindo (PTB) não teve nem coragem de encarar o processo de ‘privatização’ da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap) e ainda o recriminou por não discutir os assuntos com a sociedade.

O socialista já adiantou também que, se eleito, participará diretamente dos assuntos relacionados à Copa e posicionou-se contrário a entregar o pronto-socorro de Cuiabá ao Estado.

Diário de Cuiabá – O senhor se coloca como pré-candidato, mas quando irá definir sobre a candidatura?
Mauro Mendes - Tenho dito sistematicamente, a partir do momento em que eu admiti a possibilidade de construir uma candidatura, que até o mês de abril eu teria uma definição se seria ou não candidato em 2012. Neste período, eu tenho me dedicado à construção partidária, ajudar a construir a chapa de vereadores do PSB e no fortalecimento do partido aqui na nossa Capital, cumprindo o papel que eu assumi de presidente municipal do PSB.

Diário – E como estão as conversas com outros partidos?

Mauro - Para que se tome uma decisão dessa importância eu não posso cometer alguns erros que cometi nas outras oportunidades. Um deles foi decidir em cima da hora. As decisões em 2008 e 2010 foram tomadas praticamente às vésperas das convenções que acontecem em junho. Por isso, tenho reafirmado que até abril seremos ou não candidato. Mas para tomar essa decisão temos de construir alguns pilares para viabilizar uma possível candidatura. Eu sempre digo que uma candidatura se alicerça em três pilares: viabilidade eleitoral, viabilidade política e a viabilidade financeira. E é em cima destes três pilares que eu tenho trabalhado para construirmos.

Diário - Quais outros erros o senhor cometeu, e serviram de aprendizado?

Mauro - Com certeza eu aprendi muito, mas se falar sobre esse aprendizado vou transferir um know how gratuito aos adversários e eu não gostaria de fazer isso (risos). Mas, certamente, um deles, reconhecido por todos, é decidir de última hora. Também vou procurar organizar melhor a campanha para quando o período eleitoral iniciar esteja devidamente estruturado do ponto de vista dos elementos que precisam ter em uma campanha. Estes dois erros seguramente eu posso afirmar.

Diário – Mas o senhor já iniciou conversas com outros partidos?

Mauro - Tenho procurado neste período dialogar com todos os partidos políticos. Tenho feito isso nos bastidores e vou continuar fazendo isso até o mês de abril, procurando estabelecer possíveis alianças que certamente serão seladas até o mês de junho. Mas o diálogo está aberto. Temos conversado com todos os partidos, respeitando as lideranças que estão com mandato, mas, seguramente, coligação é uma decisão que tomaremos em conjunto com os principais partidos que já estão conosco. Mas diálogo político, esse eu vou fazer com todos os partidos que quiserem conversar comigo.

Diário - Já procurou o PT e a ex-senadora Serys? Há chances de ela ser a vice?

Mauro - O Partido dos Trabalhadores é um grande partido. É o partido da presidente Dilma Rousseff, tem história, presente e certamente terá futuro. Respeitosamente, nós vamos continuar procurando dialogar com o PT. Temos muitos pontos em comum em níveis regional, estadual e nacional. Vamos procurar fazer com que estes pontos permitam que, quem sabe?, o PSB esteja junto com o PT em 2012 em Cuiabá também.

Diário – O PT lançou o vereador Lúdio. O senhor aceitaria tê-lo numa mesma chapa?

Mauro – Eu gostaria muito de ter o PT junto com o PSB. Se, eventualmente, isso for possível, não posso entrar no mérito de quem eles indicariam para uma eventual composição. Isso eu tenho de respeitar. Tenho certeza de que Lúdio, Serys e outros também, lá têm grandes líderes, Alexandre César, Carlos Abicalil, Ságuas Moraes e tantas outras lideranças, que poderiam ocupar qualquer cargo na gestão pública aqui no estado de Mato Grosso.

Diário – A candidatura do Lúdio dificulta?

Mauro – Não dificulta! Acho que eles estão construindo um projeto próprio. O partido tem dimensão para isso, mas decisões na vida e na política não podem ser mudadas somente depois da convenção. Até lá, eu tenho certeza de que muita coisa pode acontecer e vamos procurar, respeitosamente, construir uma coligação que possa ter PT e PSB.

Diário – O senhor pode fazer uma análise sobre o cenário político?

Mauro – Respeito todos aqueles que se colocam na política. Não vou tecer nenhuma crítica, nenhuma avaliação, porque a partir do momento em que essas pessoas têm a coragem de se colocar, já merecem, de mim e do cidadão, respeito. Quem irá julgar a todos nós serão os eleitores. Eu, se candidato for, vou procurar construir meu espaço político, meus projetos, defender as minhas ideias, e não vou me preocupar muito com aquilo que são as qualidades ou até mesmo defeitos dos meus adversários.

Diário – O senhor acredita que a eleição de 2012 será marcada por troca de acusações como nas anteriores? E qual será a sua postura?

Mauro – Infelizmente, em Cuiabá, existe um chamado ‘comitê da maldade’. Ele esteve presente em 2004, esteve presente em 2008 e muito provavelmente estará presente em 2012. É um grupo de pessoas que faz a política da maldade, da mentira, da enganação. Isso é muito ruim. Isso, infelizmente, em alguns momentos, pode influenciar alguns eleitores desavisados. Mas Cuiabá sentiu o quanto isso a prejudicou. A mentira que foi vendida por esse comitê e foi vendida pelo candidato que ganhou as eleições naquele momento mergulhou Cuiabá em uma profunda crise e em um profundo lamentar das coisas que eles prometeram, não fizeram e, simplesmente, mentiram para a população, enganando a todos nós.

Diário – O senhor pode avaliar a gestão estadual?

Mauro – Eu percebo que o governo do Estado tem tido dificuldades para implementar um ritmo de governo. Eu tenho procurado, por não ter mandato, respeitar a decisão das urnas que elegeu o candidato Silval Barbosa como governador de Mato Grosso. Desejei e tenho desejado a ele toda sorte do mundo e que ele possa fazer o melhor governo possível para o bem de todos nós, que vivemos em Mato Grosso. Que ele possa cumprir as suas promessas de campanhas. Percebo que ele tem enfrentado turbulências no campo político e administrativo. Uma base aliada muito grande que acaba cobrando uma fatura política muito cara do governo. Como cidadão, que quer o bem de Mato Grosso, desejo que tudo isso possa ser superado e que ele possa produzir resultados bons para todos nós. Caso contrário irá pagar um preço caro, como Wilson Santos pagou.

Diário – Qual sua avaliação sobre o andamento das obras para a Copa?

Mauro – Veja bem, eu, como todo cidadão cuiabano e até mesmo mato-grossense, estou torcendo para que as tão faladas obras da Copa, efetivamente, aconteçam, porque até agora o que temos de concreto é um estádio em construção e algumas, poucas, obras que se contam nos dedos das mãos ainda. Gostaríamos que a Copa fosse um grande evento que pudesse encher a todos nós de orgulho, mas que, verdadeiramente, estes investimentos possam produzir uma melhoria na infraestrutura, na qualidade de vida, que possam trazer ganhos presentes e futuros para os cuiabanos e mato-grossenses. Mas, lamentavelmente, tudo isso está mais nos planos dos sonhos do que da realidade.

Diário – Caso eleito, o que fará para ajudar na realização da Copa?

Mauro – Se candidato for e se eleito for, vou envidar esforços para que esse compromisso assumido possa ser honrado e para que a prefeitura assuma seu papel, também, de protagonista deste projeto. Porque até agora ela está assistindo na última fila, como se a Copa não fosse em Cuiabá. Não tem participado das decisões, não tem criticado aquilo que está certo ou errado, não tem influenciado para que decisões pudessem ser melhor tomadas, para que o resultado final fosse mais positivo. Por exemplo: se prefeito fosse, teria trabalhado muito para que o Verdão não fosse demolido e que o estádio tivesse sido construído em um novo local, como forma de baratear seu custo e induzir o desenvolvimento da cidade para outra região. Não criando naquela área grandes transtornos ao trânsito durante toda a existência desse estádio. A prefeitura nunca se meteu nesta história, ficou totalmente omissa nesta questão.

Diário – O prefeito tem tomado decisões polêmicas, como concessão da Sanecap e terceirização do pronto-socorro, entre outras. Qual sua opinião sobre essas medidas?

Mauro – Nos últimos dias tem sido veiculada na mídia uma propaganda do prefeito, que ele não tem ‘blablablá’, primeiro faz e depois ele divulga. Isso é verdade, primeiro ele privatizou a Sanecap, depois divulgou, primeiro ele aumentou o IPTU, depois divulgou, primeiro ele aumenta o ônibus, depois divulga, primeiro ele quer privatizar a saúde, depois ele divulga. O cidadão tem o direito e o dever de ser informado disso e debater isso às claras, de forma transparente com a sociedade, o que, tenho certeza, não foi feito em nenhum desses casos. Eu sou radicalmente contra fazer primeiro e discutir depois. O cidadão sempre paga pelo serviço, mas ele quer pagar e tê-lo também. Mas se é prestado pelo Estado ou pela iniciativa privada, é uma decisão de que a própria sociedade pode participar. Não é fazer primeiro e contar depois.

Diário – Então, o senhor não é contra a concessão?

Mauro – Poderia ser feita a concessão, mas de outra forma. O prefeito fugiu da cidade e colocou alguém para mandar a lei e sancionar. Ele não teve coragem de debater isso com a sociedade. No mínimo, faltaram transparência e coragem.

Diário – Como está a relação com o deputado Valtenir e a disputa por espaço no PSB?

Mauro – Tivemos, sim, no passado, problemas dentro do PSB, mas quem não os têm? Qual o marido que, de vez em quando, não briga com a esposa? Desentendimentos, eles existem dentro da própria família. Com partido político isso não é diferente. Mas hoje estamos vivendo em plena sintonia, temos objetivos claros em fazer o PSB crescer em Cuiabá e em Mato Grosso, e estamos trabalhando perfeitamente sintonizados em prol de construir um partido que saia de 2012 fortalecido nas urnas, vitorioso nos principais polos de Mato Grosso.

Diário – Em Cuiabá, qual é a meta para vereadores?

Mauro – Cinco vereadores. Eu sempre fui ousado e sempre consegui construir tudo aquilo que planejei e trabalhei arduamente para conseguir.

Diário – O senhor irá se afastar da sua empresa para a campanha?

Mauro – Se candidato for, eu tenho que analisar. Sempre disse que a política é uma contribuição, deveria ser uma contribuição que todo cidadão prestasse à sociedade, e continuo acreditando nisso. Para vir para a política, preciso estar com a minha vida familiar, profissional e pessoal, organizada. Então, seguramente, é incompatível fazer administração pública e privada simultaneamente.

Diário – Foi falado sobre a possibilidade de o senhor não disputar a eleição por problemas na Justiça Eleitoral. Como está esta situação?

Mauro – Um equívoco que já foi desfeito. Quem teve o cuidado de ler a resolução 23.376 e a 23.373 do TSE sabe que reprovar contas de campanhas não impossibilita nenhum candidato de ter seu registro de candidatura efetivado em 2012. E, na verdade, isso foi amplamente divulgado pelo ‘comitê da maldade’.

Diário – Existem conversas de que o senhor poderia concorrer ao governo em 2014. Se eleito, pode deixar o cargo em 2014?

Mauro - É um erro querer pensar em 2014 sem esperar os resultados das urnas em 2012. Estamos fazendo uma profunda avaliação da nossa possibilidade de participar, com muita responsabilidade, com tudo que está envolvido, mas, se resolvermos participar em 2012, serei prefeito para resolver os problemas de Cuiabá por quatro anos.

Diário – O senhor já tem um programa de governo?

Mauro – Temos o ‘Cuiabá de Verdade’, que é um programa para que possamos discutir partidariamente com lideranças, sociedade civil organizada e todos aqueles que desejarem participar de uma discussão, de um programa de governo com os principais temas de Cuiabá. Já fizemos uma discussão sobre saúde pública municipal, já discutimos sobre educação, quando trouxemos Cristóvão Buarque para contribuir com o debate, e estaremos nos próximos meses discutindo todos os principais temas de interesse da sociedade cuiabana, que são infraestrutura, cultura e geração de emprego e renda. Como enfrentar, com verdade e responsabilidade, todos esses desafios e construir alternativas verdadeiras que possam melhorar a qualidade do serviço público da Capital.

Diário – Falando em Saúde, o senhor defende que o Estado assuma o pronto-socorro de Cuiabá?

Mauro – Eu acredito que Cuiabá precisa de um hospital regional. É uma Capital, tem por obrigação atender à demanda do interior e o município não pode arcar sozinho com esse ônus. A responsabilidade de melhorar a qualidade da Saúde é de todos os entes, seja ele estadual ou municipal. Se prefeito, iremos construir um novo pronto-socorro e vamos cobrar do governo do Estado que ele construa um hospital regional para ajudar no atendimento das milhares de pessoas que vêm do interior procurar especialidades médicas que só têm na Capital. O município precisa assumir a sua responsabilidade, e o pronto-socorro é uma responsabilidade do município. 




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