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Saúde
Quarta, 05 de março de 2014, 16h31

Com treino adaptado, cadeirante malha três vezes por semana e perde 15 quilos


 Ivan Matos, hoje com 41 anos, tinha 30 quando foi atingido por um tiro na saída de uma festa. A bala lesionou sua medula, ele ficou paraplégico e, desde então, se locomove com o auxílio de uma cadeira de rodas.

Sem o movimento das pernas e tendo de se submeter a um longo processo de fisioterapia, Ivan deixou de ter uma vida de exercícios para uma rotina sedentária – termo que, nesse caso, é levado ao extremo. Um cadeirante não faz sequer o esforço mínimo das pequenas caminhadas de idas e vindas da sala para a cozinha. O resultado foram quilos de gordura localizada.

Nesse momento, Ivan venceu o temor e decidiu voltar para a academia. Logo depois do acidente, ele havia ficado com receio de sofrer preconceito. “No começo fiquei meio encanado, preocupado com a forma que as pessoas me viam [como cadeirante]. Queria frequentar uma ala de reabilitação com pessoas iguais a mim, para não me sentir inferior”, conta ele, que nasceu sem o antebraço esquerdo e, antes da lesão, já treinava e ‘colocava todo mundo no bolso’.

Decidido, matriculou-se em uma das poucas academias acessíveis que conseguiu encontrar. “A maioria das academias tem escadas. Eles colocam as aulas de dança e outras modalidades no térreo, e a musculação no andar de cima. É da musculação que o cadeirante precisa, e não tem como subir”, reclama.

Os três dias de malhação por semana, com três horas de treino em cada um deles, remodelaram o corpo de Ivan. Com a ajuda de um instrutor, ele pratica os mesmos aparelhos de quem não tem deficiência. “Meu grau de movimento nas coxas hoje é algo que os médicos ainda não entendem, é raro”, orgulha-se, enquanto se estica na Companhia Athletica. Além da força muscular nas coxas e troncos, Ivan deixou 15 quilos no passado.

Obesidade e deficiência

A história de Ivan está na direção oposta ao que acontece com a maioria das pessoas que adquirem uma deficiência física, principalmente quando se tornam cadeirantes. A vida sobre duas rodas engorda. Com a redução da mobilidade, a pessoa tende a estocar mais gordura. “Alguns estudos apontam que pessoas com lesão medular têm o metabolismo basal [gasto calórico em repouso] de 10% a 30% menor do que quem não tem lesão”, explica Laís Coelho, nutricionista da Natue.

A perda dos movimentos voluntários de um ou mais segmentos de maior massa corporal (braços ou pernas) e a falta de exercício físico gerada pela imobilização deles também contribui para alterações na composição corporal, com o aumento de massa gorda e diminuição de massa magra.

Antes da malhação, no entanto, quem adquiriu uma lesão desse tipo precisa fazer uma reabilitação fisioterápica. “Quanto mais cedo começar a reabilitação, menos massa muscular a pessoa terá perdido, consequentemente os resultados serão melhores”, afirma o ortopedista e cirurgião da coluna Juliano Lhamby. “Natação também é um excelente exercício aeróbico para quem só tem mobilidade nos membros superiores”, conclui.

(IG)




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