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Agro
Sexta, 25 de novembro de 2016, 08h53

Fundação Bradesco celebra 60 anos e homenageia pesquisador


Daniel de Brito Fragoso, 46 anos, é agrônomo, pesquisador da área de entomologia, e foi um dos três homenageados no dia 22 de novembro, como egresso do sistema de escolas mantido pela Fundação Bradesco, em solenidade de comemoração dos 60 anos da entidade em Osasco (SP).

Há cinco anos na Embrapa, ele trabalha no Tocantins, dedicando-se, em especial, ao manejo integrado de pragas na cultura do arroz. Nascido na Ilha do Bananal, maior ilha fluvial do mundo e um paraíso em beleza natural, ele conta na entrevista abaixo as dificuldades pelas quais passou no início de sua vida escolar e como foi receber a premiação da Fundação Bradesco.

Embrapa: Como você foi estudar em uma escola da Fundação Bradesco?

Daniel: Morava na Ilha do Bananal e a escola mais próxima ficava em Formoso do Araguaia, a 90 quilômetros. Era uma época difícil para conseguir educação formal e eu fui alfabetizado em uma escola multiseriada (1ª a 4ª série em uma mesma sala). Eu não tinha boa condição socioeconômica, meu pai faleceu muito cedo e minha mãe teve nove filhos menores. Em 1987, houve uma mudança, tivemos de ir para a cidade, em busca de melhores condições de vida e oportunidades, por causa da desapropriação da Ilha do Bananal. Em 1988, ingressei na Escola de Canuanã – Dr. Dante Pazzanese, da Fundação Bradesco. Tinha 18 anos e fiz o Curso Técnico em Agropecuária até o ano de 1990, fato decisivo para o meu futuro como estudante e profissional na área de Ciências Agrárias.

Embrapa: Qual era sua motivação na época?

Daniel: A Escola de Canuanã era referência em ensino profissional na região do vale do Rio Araguaia. Funcionava em sistema de internato e era uma excelente oportunidade para os filhos das famílias ribeirinhas e retirantes da Ilha do Bananal. No local, havia estrutura com assistência médica e odontológica, alojamentos, quadras esportivas, cantina, horta, pomar, setores de criação animal e setor de mecânica. Após processo de seleção de novos estudantes, fui escolhido e fiquei entusiasmado. A educação foi o caminho que trilhei e, no meio deste caminho, havia uma escada. Tenho a convicção que a Escola de Canuanã foi um degrau dessa escada. Se não houvesse esse degrau, teria caído, como vi vários amigos de infância caírem ao seguirem outros caminhos, como o álcool, as drogas e a criminalidade.

Embrapa: Como você avalia toda essa vivência?

Daniel: No degrau em que hoje estou, como pesquisador, cientista, considero-me vitorioso, porque sou primeiramente grato a Deus por tudo! Porque posso dizer que Deus tem me abençoado. À minha mãe, Emília Fragoso, devo reconhecimento especial por ela ser uma heroína, uma pessoa de alma generosa e de coração sublime. Sou grato ainda porque tenho um família linda, minha esposa Cleuma, o primogênito Davi e minha amável e carinhosa filha Sara. Agradeço à Dona Maria de Lourdes, "Dona Santa", diretora da escola na época em que fiz o curso técnico e a todos os mestres, funcionários e alunos contemporâneos daquele período, bem como aos gestores do Bradesco pela sua visão empreendedora e inovadora que tiveram com a criação das escolas. Sou grato também porque através do meu trabalho contribuo para o desenvolvimento do meu país. E, acima de tudo, porque posso servir como exemplo para outros Daniéis, Pedros, Joãos e Marias que, independente do lugar em que nasceram, da condição financeira, podem estudar, como eu pude. Sou vitorioso por razões mil que não tenho como expressá-las ou exauri-las em poucas palavras.

Embrapa: O que você sentiu ao receber a homenagem?

Daniel: É uma homenagem simbólica. No fundo, representamos milhares de ex-alunos das escolas da Fundação Bradesco e alguns deles, meus contemporâneos, são também merecedores dessa mesma distinção. Portanto, considero-me um grande privilegiado. Durante a solenidade comemorativa, fui escolhido como orador, foi muito marcante poder contar um pouco da minha história de vida, as pessoas ficaram bastante emocionadas, algumas choraram na plateia. Foi muito emocionante para mim.

Embrapa: Quais são seus planos para o futuro?

Daniel: Cuidar da família e crescer na carreira profissional na Embrapa. Continuar a contribuir com a geração de conhecimento, formação e capacitação de pessoas em minha área de pesquisa. Talvez, após aposentar, colaborar na vida pública, como gestor. 




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