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Variedades
Terça, 10 de maio de 2011, 15h19

Diogo Nogueira agita plateia cuiabana


Uma noite de muito samba e gafieira, onde ninguém conseguiu ficar parado. Assim foi o show do cantor Diogo Nogueira, no último sábado, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá. O cantor fez o público deixar as cadeiras de lado para dançar e cantar com ele, durante duas horas de apresentação – que foi praticamente um espetáculo de samba.

Diogo cantou algumas de suas composições, mas privilegiou sambas clássicos e compositores tradicionais, como Martinho da Villa, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Bezerra da Silva e até mesmo Gonzaguinha e Chico Buarque. “Por causa da participação especial do Neguinho da Beija Flor, tive que deixar algumas das minhas composições de fora, senão o show teria mais de três horas, e daí o público ficaria muito cansado”, declarou o cantor, em entrevista logo após o fim do show. Simpático, fez questão de atender a imprensa e alguns fãs, quando já eram duas horas da manhã, mesmo depois de um show intenso.

 

Neguinho da Beija Flor fez uma participação especial, na clássica “Malandro é Malandro e Mané é Mané”, de Bezerra da Silva. O intérprete dos sambas enredos da Escola de Samba Beija Flor também cantou algumas composições próprias, como “Mulher, Mulher, Mulher”.

 Depois de meia hora de espetáculo, todo o público já estava em pé, dançando com Diogo Nogueira, que além de Neguinho, levou ao palco alguns dançarinos de gafeira, que deram um show à parte. O cantor, além de ter uma voz poderosa, também desperta suspiros por seu porte físico e uma sensualidade que faz questão de demonstrar.

 A primeira hora do show foi mais intimista, com composições mais lentas e românticas, especialmente do próprio Diogo, como “Fé em Deus” e “To Fazendo a Minha Parte”. Ele também apresentou algumas músicas de seu último CD “Sou Eu”. Gravado ao vivo e lançado em janeiro, o CD já está entre os 10 mais vendidos do Brasil, tendo recebido o Disco de Platina. Ele também cantou regravações que se tornaram sucesso, como “Deixa eu Te Amar” (Agepê).

 Na segunda hora de apresentação, o cantor interpretou sambas clássicos, incluindo o samba enredo da Portela (escola do coração do artista), Okê-okê, Oxossi, de 1984 - ano em que a escola foi campeã do carnaval; um tributo ao Flamengo junto com Neguinho da Beija Flor e um pot-pourri de sambas-enredo.

 Além disso, não podia faltar a tradicional “O que é, O que é” de Gonzaguinha. Ao fim, Diogo presta uma homenagem ao pai, o sambista João Nogueira, com “Espelho”, deixando claro qual é sua inspiração: “Eh, vida boa. Quanto tempo faz. Que felicidade! E que vontade de tocar viola de verdade. E de fazer canções como as que fez meu pai”. Fim do espetáculo. Ficou um gostinho de quero mais, como o próprio cantor disse que deve ser um show.

 Cuiabá - Diogo Nogueira considerou o show de Cuiabá “maravilhoso”. “Sempre temos uma enorme expectativa sobre como será a recepção do público. A gente joga a energia e o público responde. É gratificante ver a plateia respondendo e cantando com a gente. Em Cuiabá, a energia foi maravilhosa, calorosa, como o clima da cidade”. O cantor saiu de um frio de 16º graus inédito na Bahia para um calor de 38º, do sábado à noite.

 Filho do samba, Diogo acredita que está conseguindo fazer uma ponte entre o mundo tradicional do samba e a nova geração. Sua crença é confirmado por um público formado por pessoas de todas as idades e gêneros, de jovens meninas de 18 anos a respeitosos senhores de cabelos brancos, que não esqueceram de levar seus chapéus “panamá” (ou chapéu de malandro). O reconhecimento do talento do jovem cantor – ele tem 30 anos - vem de todos os lados, inclusive de feras como Chico Buarque e Ivan Lins.

 “O samba é maravilhoso. Ensina a gente a ser feliz. Ensina a amar a família, amar os amigos”. Sobre suas inspirações, ela fala que vem das pessoas, dos amigos e “do Brasil”.

 Abertura do show – Antes de Diogo Nogueira e Neguinho subirem ao palco, o público pode conferir um pouco do talento do grupo Chinelo Novo – criado há pouco mais de 2 anos, com a proposta de tocar e compor sambas seguindo a trilha dos grandes nomes da história do gênero.

 Noel Rosa, Cartola, Candeia, João Nogueira, Paulinho da Viola, Nelson Cavaquinho e Nelson Sargento são as principais fontes de inspiração para Nilsinho de Pilares, vocalista e compositor do grupo, que já é conhecido pelas rodas de samba na capital, seja na praça Popular ou em qualquer esquina onde o samba de raiz ainda tenha espaço.

 Nilsinho começou sua trajetória na noite cuiabana, cantando e tocando em grupos de pagode tradicionais, e o samba de raiz era apenas parte do repertório. Com o tempo foi se distanciando do gênero romântico, para cantar e escrever somente o que gosta e o que cresceu ouvindo nas rodas de seresta da familia, que entravam madrugada adentro. Mais tarde Nilsinho, o PILA, como é conhecido, virou uma das maiores revelações da história do Chorinho (antiga casa de samba de Cuiabá), sendo o único jovem sambista a ser convidado para a apresentação 100 anos de Cartola, em 2008 no Sesc Arsenal.

 Já Joelson Macaco é um dos melhores violinistas do Centro-Oeste. Atuante em vários grupos de samba da capital, ele se destaca pela habilidade com seu violão 7 cordas e seu conhecimento dentro do estilo. Joelson faz dupla com Junior Pavora, o cavaqunista do grupo. Filho de um grande sambista da capital, Junior Pavora, é completo e domina como poucos o cavaco e o violão 6 cordas. Apesar de pouca idade, já vive só da música e também faz participações em vários shows de samba Mato Grosso adentro.

Na percussão Renato Brou comanda a cozinha do grupo. Considerado o melhor percussionista do Estado, também vive somente da música e já tocou com nomes como Monarco, da Portela e Paulão 7 cordas, do Zeca Pagodinho. Renato está no Chinelo Novo desde a sua criação.

 No pandeiro, outro Junior, o Juninho PAN, faz a segunda voz do grupo, cantando sambas com um timbre diferenciado, com mais de 10 anos de estrada e apenas 23 anos de idade Juninho PAN, já é uma realidade da música regional.




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