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Variedades
Sábado, 15 de fevereiro de 2014, 19h26

Quem aguenta tanto exibicionismo nas redes sociais?


 A ostentação – material de felicidade – virou uma moeda cara e negócio na Internet. Quem nunca postou no Instagram, a rede social de imagens, uma foto da praia ou da piscina para cutucar os colegas confinados sob a luz fluorescente do escritório? Pesquisadores da Universidade Humboldt, em Berlim, entrevistaram 357 universitários e descobriram que o principal sentimento despertado pela vida virtual é a inveja. Quase 30% relataram nutrir esse sentimento ao ver, no Facebook, posts sobre atividades de lazer dos amigos e indícios de sucesso de qualquer espécie (acadêmico, profissional, sexual). Mesmo os exibidos sentem inveja. Cerca de 20% afirmaram chatear-se por sentir que sua própria ostentação não é notada suficientemente pelos amigos.

A mania de se gabar virtualmente é tão ostensiva que já despertou a atenção da ciência. Começam a aparecer os resultados de uma série de estudos destinados a entender por que as redes sociais podem despertar nossos piores sentimentos – de soberba a inveja – e os efeitos de remoê-los em velocidade 4G.

Ainda não existem dados que possam confirmar se alguém se torna mais vaidoso por se expor excessivamente na internet. Talvez tenhamos a sensação de que as pessoas estão mais exibicionistas somente porque as redes sociais tornaram a ostentação mais visível. Dois pesquisadores da Universidade da Georgia, nos Estados Unidos, chegaram a essa conclusão. Eles pediram a 130 usuários do Facebook que respondessem a um questionário para avaliar tendências narcisistas, caracterizadas pela necessidade de suscitar admiração alheia e exagerar na percepção de sua própria importância.

Depois, avaliaram o conteúdo publicado pelos voluntários na rede social. Descobriram que as pes­soas com maior tendência ao narcisismo eram as que mais publicavam conteúdo para se promover, como fotos em que aparecem atraentes ou sensuais e frases fazendo propaganda delas mesmas. “Isso não quer dizer que todo mundo que está nas redes sociais é narcisista”, afirma o psicólogo Keith Campbell, um dos autores da pesquisa. “Apenas que os narcisistas usam esses sites em seu benefício.” Nada muito diferente do que fariam ao vivo. Na internet, o alcance da autopromoção é maior. E da irritação que ela causa também.

As redes sociais são mais que uma plataforma de autopromoção e uma fonte de inveja. Amizades nascem, se renovam e se aprofundam ali. Conhecimento é disseminado de uma forma sem precedentes. Indignações sociais e políticas, assim como manifestações culturais, ganham corpo e se materializam. Assim como a alegria, o amor, a solidariedade. Da mesma forma que a vaidade, a inveja e a irritação. Não há como fugir disso numa plataforma baseada nas relações humanas. A saída é manter o humor. Rir da falta de desconfiômetro alheio. Da nossa dor de cotovelo. E vice-versa.

(Jetss)




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