Sábado, 01 de janeiro de 2005, 00h00
Fim do alcool molhado elevou o preço do anidro, diz Sindicom
Pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) revela alta de 4,48% nos preços do álcool hidratado, que em média saiu a R$ 1,724 nas bombas do país na semana passada, contra R$ 1,650 nos sete dias anteriores. O fato ocorreu na semana que o Governo federal fechou acordo com os usineiros para que o preço do álcool anidro seja comercializado a R$ 1,05.
Especialistas acreditam que a partir de agora haverá estabilização de preços, com queda forte apenas em abril, quando começa a safra de cana-de-açúcar.
O vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alísio Mendes Vaz ressalta que a luta contra fraudes ironicamente ajudou a alta de preços. Segundo ele, as medidas tomadas pela ANP - que passou a usar corante no álcool anidro para evitar a hidratação do produto para sonegação de impostos - levaram à entrada no mercado de consumidores que até então abasteciam com ``álcool molhado``.
- Estimativas dão conta de que até 25% do mercado de álcool hidratado operava na ilegalidade. Agora, há demanda maior pelo produto legalizado, o que pressionou a oferta - diz, acrescentando que a diferença histórica de preços entre o anidro e o hidratado nas usinas é de 15%, patamar que hoje é de 3%.
Para Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), o preço a partir de agora oscilará menos, mas a esperada queda deve vir apenas com o fim da entressafra.
Especialistas dizem que o álcool compensa até o patamar de 70% do preço da gasolina, devido ao rendimento inferior do derivado da cana. Em Cuiabá, como o preço médio da gasolina está em R$ 2,96 e do álcool R$ 2,05 - o que representa cerca de 69% a diferença a menor do álcool