Países emergentes vão puxar exportações do Brasil

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Tradicionais criadoras de caso nas áreas sanitária e fitossanitária para o Brasil, as economias emergentes da China e da Rússia passarão a ser os principais clientes do agronegócio nacional até 2010. Os países asiáticos deverão substituir os mercados da União Européia e dos Estados Unidos no ranking dos compradores preferenciais do país, segundo projeções do anuário Intercâmbio Comercial do Agronegócio, que será divulgado hoje pelo Ministério da Agricultura.

Editada pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, a publicação indica que os novos mercados compraram o triplo dos parceiros tradicionais do Brasil nos últimos cinco anos. A participação dos emergentes saltou de 27% para 43% entre 2000 e 2005. Por outro lado, a fatia da UE nas vendas totais caiu de 40% para 32%. Responsáveis por 18% das vendas do setor em 2000, os EUA compraram apenas 13,7% no ano passado.

As detalhadas informações reunidas pela Coordenação-Geral de Organização para a Exportação do ministério mostram que as exportações do agronegócio brasileiro cresceram a uma taxa anual de 18% nos últimos cinco anos. No acumulado, o índice chegou a 130%, disse ao Valor o coordenador Eliezer de Lima Lopes. O saldo da balança cresceu de US$ 13,7 bilhões para US$ 38,4 bilhões no período.

Quando analisadas de forma separada, as informações apontam que o complexo carnes foi a principal estrela do setor no período. O segmento vendeu US$ 6,23 bilhões a mais entre 2000 e 2005, aumentando de 10,3% para 18,8% sua fatia no total exportado pelo setor. Ao mesmo tempo, diminuiu sensivelmente a participação do café nas vendas totais - de 9,4% para 6,7%. O segmento de couros e calçados também caiu de 7,4% para 7%. A participação do complexo laranja também foi reduzida no período de 5,6% para 2,7%.

O anuário de 208 páginas detalha os dados dos 30 principais parceiros comerciais do Brasil. A estrutura de cada país inclui o comércio bilateral com cada parceiro, quais produtos cada país importa do mundo e a participação percentual do Brasil nesses mercados. Essa informação é importante para o setor porque permite detectar novas oportunidades de expansão para as exportações brasileiras, afirma Lopes.