Ações de fomento ao turismo e cultura dominam encontro na Bolívia

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O incentivo aos negócios do turismo e cultura entre Mato Grosso e a Chiquitania boliviana, com ações factíveis de serem colocadas em prática, dominaram os 57 compromissos assinados em San Ignacio, Bolívia, no documento final firmado por empresários, representantes de instituições e autoridades regionais dos dois países no II Encontro de Municípios de Fronteira, encerrado sábado. Grupos de técnicos e governantes do setor público do Brasil e Bolívia e de profissionais da iniciativa privada acompanharão e auxiliarão na aplicação dos compromissos acertados e com prazos definidos para 2009. Os acordos firmados se tornarão carta de intenção entre os governos Departamental Autônomo de Santa Cruz e de Mato Grosso, a ser assinada em maio pelos governadores Blairo Maggi e Rubén Costas, em Santa Cruz de La Sierra.

Os cinco eixos temáticos debatidos e para os quais há atividades definidas ressaltaram a necessidade de se criar mecanismos e instrumentos que permitam o intercâmbio efetivo de conhecimento, experiências e cooperação mútua, conforme descreve o documento. Mas, em quatro deles é ressaltado a importância do turismo e cultura como indutores da economia, cujos os atrativos são o Parque Nacional Noel Kempff Mercado e Ricardo Franco, um encontro natural em território boliviano e brasileiro do ecossistema comum de floresta e Pantanal; o desenvolvimento de um modelo binacional de gestão em operação turística; e a estratégia de comunicação e promoção dos destinos turísticos. Um grupo tratou do artesanato e cultura como meio de desenvolvimento econômico. O outro eixo foi segurança, migração e aduanas.

A secretária Adjunta de Desenvolvimento do Turismo de Mato Grosso, Vanice Marques, uma das 40 pessoas presente na missão brasileira, explicou que o encontro é mais um passo da integração acelerada que tocam o governo do Estado e o Governo Departamental Autônomo de Santa Cruz. Vemos a necessidade de envolvimento direto dos municípios fronteiriços na criação da política conjunta para integração e o desenvolvimento de um plano nas diversas atividades, principalmente no turismo, afirmou.

A diretora do Sebrae-MT, Eneida Oliveira, uma das 120 participantes do encontro, listou avanços obtidos, como a sincronia do negócio turístico de cultural estar ligado ao patrimônio tanto boliviano e mato-grossense. Aqui temos o turismo sustentável que queremos praticar em Mato Grosso. Um turismo não de massa, mas que respeita o patrimônio, as pessoas, disse Eneida na despedida da missão brasileira sábado à noite em Santa Ana, a 44 Km de San Ignacio. A experiência daqui é rica para Vila Bela e importante por respeitar a cultura e o meio ambiente.
Os legados culturais que incrementam os setores relevantes destacados em San Ignacio estão identificados, respectivamente, na herança da arte musical, arquitetura e pintura deixada nos séculos XVII e XVIII pela Missão Jesuíta nos 14 municípios do oeste boliviano, e nas riquezas culturais de Vila Bela de Santíssima e no patrimônio ambiental do Pantanal e florestas da região de Cáceres e Comodoro. Alguns dos municípios bolivianos, por exemplo, detêm o título de Patrimônio da Humanidade, declarado pela Unesco em 1990 (San Jose, San Rafael, San Miguel, Santa Ana, Concepción e San Xavier). San Ignacio é a capital regional da Bolívia que centraliza a entrada para os atrativos. A cidade tem 48 mil habitantes. Em 31 de julho completa 261 anos de fundação e está a 627 Km a oeste de Cuiabá, metade dos quais pela rodovia federal BR-070.

O encontro foi organizado pelo Sebrae-MT, Governo de Mato Grosso, Governo Departamental Autônomo de Santa Cruz, Prefeitura de San Ignacio, Comunidades de 14 prefeituras da Chiquitania, Universidade Católica Boliviana. Do Brasil, participaram técnicos e secretários dos municípios de Cuiabá, Cáceres, Comodoro, Conquista D´Oeste, Pontes e Lacerda, Porto Esperidião e Vila Bela da Santíssima Trindade, do Sebrae-Rondônia, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), do IBGE, Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), da Associação Comercial de Cáceres e o Grupo Chorado, de Cáceres.