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Quarta, 12 de abril de 2017, 13h48

Livro desmistifica democracia e até a tríplice representação dos poderes políticos formais


Uma não vive sem a outra. É o que fica demonstrado sobre a dualidade inerente entre democracia e tirania, em obra póstuma assinada por João Uchôa Cavalcanti Netto – falecido em 2012 e, dentre outros títulos, fundador da Universidade Estácio de Sá. O selo Ibis Juris faz a distribuição do livro "Democracia, um mito", que é fruto de 10 anos de inquietação do autor sobre o tema. O fato de encontrar-se referendada pela sua opositora, a tirania e/ou ditadura, é o pontapé inicial de uma leitura que vai, item a item, desconstruindo toda a validade e o status incontestável conferido ao sistema democrático. E não somente no Brasil.

A divulgação de "Democracia, um mito" tem à frente Monique Uchôa Cavalcanti de Vasconcelos, filha do autor e CEO da Uchoa Cavalcanti Empreendimentos LTDA, radicada na Flórida, EUA, desde 1991. Para Deonísio da Silva, editor responsável, o grande mérito do livro é a ousadia de tocar num assunto que, em geral, sequer merece reflexão porque na sociedade atual adquiriu a condição de intocável que não permite, na maioria das vezes, a quem quer que seja falar de modo contrário à ideia de democracia como sistema político. O que também não valida a tirania como opção. Vale a lembrança de que os escritos do autor passam a léguas de distância, e sem o menor pesar na consciência, do chamado "politicamente correto".

"Abordar a tirania e suas mazelas é chover no molhado. Ninguém, em sã consciência, vai fazê-lo. Porém, colocar a democracia em pé de igualdade com a tirania, pelos seus próprios problemas decorrentes e por outros tantos que são iguais ao modelo tirânico, é de uma antítese literária realmente capaz de instigar o leitor a pensar, a questionar, a considerar e, enfim, caso consiga, tirar suas conclusões", frisa o editor que é Doutor em Letras pela USP, além de professor e também escritor.

Dividido em 39 seções enxutas, que prendem o leitor pela rapidez da argumentação − como numa conversa −, "Democracia, um mito" também adentra à tradicional dicotomia política entre direita e esquerda, com atenção aos fatos sabidos por todos, mas sem defender uma ou outra. Pelo contrário, ambas pegam carona na desconstrução democrática visto que há regimes que praticam a democracia nas duas correntes ideológicas.

Sem pretensão de ser didático ou basilar, João Uchôa Cavalcanti Netto realizou breves dissecações sobre outros grandes subtemas que compõem os meandros da democracia. Alguns, aliás , contemplam também a engrenagem da tirania e/ou ditadura. Assim, são vistas questões cruciais tais como eleições e o eleitorado, igualdade, diversidade, discriminação, liberdade, os três poderes políticos formais (Executivo, Legislativo e Judiciário), poderes políticos informais, imprensa, representação popular e, até mesmo o Direito – considerado um equívoco pelo autor, que foi um renomado juiz.

De espírito contestatório, a leitura de "Democracia, um mito" não deixa pedra sobre pedra porque seu autor tece comentários sem poupar a nada e a ninguém. Inclusive ele mesmo. Também por isso, a publicação e divulgação do livro só acontece depois da sua morte. Vontade expressa pelo próprio João Uchôa Cavalcanti Netto, falecido aos 78 anos, e fielmente respeitada por sua família. O público disposto a ler tal obra deve ter a certeza de que não conseguirá ficar incólume ao conteúdo e, menos ainda, à ideia de que outra(s) via(s) de regime político precisa(m) surgir para atender aos anseios da sociedade pós-moderna e, especialmente, de cada um de seus indivíduos.

Por enquanto, é possível adquirir o livro diretamente com a editora através do e-mail ibislibris@gmail.com.

Quem foi João Uchôa Cavalcanti Netto

Natural do bairro de Ipanema, da cidade do Rio de Janeiro, o autor de "Democracia, um mito" acumulou diversas atividades profissionais durante seus 78 anos de vida. A fundação e desenvolvimento da Universidade Estácio de Sá, a maior do País, certamente desponta em sua trajetória e mereceu um livro específico em que é apontado como "o homem que revolucionou o ensino superior privado no Brasil". Contudo, ainda houve tempo para iniciar a carreira como repórter policial e, depois, ser advogado, juiz de direito, educador, cineasta, artista plástico, escritor e, sobretudo, empreendedor. Na lista de suas publicações estão o romance "João" (que ganhou o Prêmio Orlando Dantas da Academia Brasileira de Letras), "O menino", "Contos bandidos", "O Equívoco", os ensaios "Como se advoga no cível" e "O Direito, um mito" (que tem tradução para o francês e o espanhol"), além da peça teatral "Prezados canalhas". 




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