Sábado, 17 de abril de 2010, 09h50
Diretora do Idheas é presa pela PF em Minas Gerais
A Polícia Federal prendeu a diretora do Instituto Idheas, Maria Guimarães Bueno. Ela é apontada como uma das peças fundamentais nos desvios da Funasa e era considerada foragida desde o dia 7, quando foi deflagrada a operação Hygeia. Outras três pessoas continuam sendo procuradas.
Segundo a PF, ela foi presa no início da tarde ao deixar a residência de um amigo em Belo Horizonte (MG), onde usava um nome falso para dificultar a prisão. Maria Guimarães chegou a anunciar que se apresentaria à Justiça no sábado (10), mas mudou de ideia. Ela teve a prisão preventiva decretada e vai deixar a cadeia somente depois que obter algum recurso judicial.
Segundo as investigações, sob comando de Maria Guimarães o Instituto Idheas firmou parcerias suspeitas com as prefeituras de Tangará da Serra (MT) e Timóteo (MG) para prestação de serviços na área de saúde. Oscip sofreria interferência de Abel dos Santos (ex-vice-presidente), Ronildo Lopes do Nascimento (sócio da LW Participações) e pessoas ligadas aos desvios de recursos apontados. O Instituto Creatio, de Cuiabá, também é acusado de envolvimento nos desvios. A suspeita é de que Oscips começaram a ser usadas para esse tipo de esquema depois que aumentou a fiscalização sobre organizações não governamentais (ONGs).
Depois de prender Maria Guimarães, a PF continua a procura por Celino Lugon (empresário com residência em Cuiabá e que teve a prisão decretada pelo juiz José Pires da Cunha no final de semana), Luciano Carvalho Mesquita (diretor do Instituto Creatio) e Ronildo Nascimento (empresário do Distrito Federal e que teria influência nas Organizações de Interesse Público (Oscips) e em órgãos públicos como a Funasa). Ao todo, 46 pessoas são acusadas de envolvimento com desvios de R$ 51 milhões da Funasa.