Jornal denuncia máfia do Pronto-Socorro de Cuiabá

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Uma denúncia feita ontem à Ouvidoria do Sistema Único de Saúde de Cuiabá revela que máfias continuam agindo dentro do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC), drenando pacientes para a rede particular, mediante tortura psicológica. No esquema aparecem nomes de assistentes sociais, médicos, sobretudo de ortopedistas, e de uma terceira pessoa que encaminha os pacientes, fazendo a ponte entre o PSMC e os hospitais conveniados ou privados.

O fotógrafo Roberto Marchioro, 35 anos, é a vítima da vez. Há 15 dias amarga sobre um leito do PSMC. Por conta de um acidente de moto, sofre com seis fraturas expostas na perna direita. O caso dele é grave e urgente. Mas, ainda assim, só conseguiu a necessária cirurgia depois da denúncia.

A saga do fotógrafo começou quando ele chegou ao Pronto-Socorro encaminhado pelo Hospital Geral do município de Sorriso. Ele veio para fazer uma cirurgia reparatória porque precisa fazer enxerto de carne e pele na perna. Só que chegando aqui falaram que a perna dele estava infeccionada. Durante todo este período vivemos de incertezas, não sabia o que ia acontecer com meu marido, conta a fotógrafa Ednéia Regina Ribas.

Ela então solicitou a transferência de Roberto para um outro hospital onde a cirurgia pudesse ser realizada. Ontem, o médico de plantão do PSMC entregou a ela um laudo de Autorização de Internação Hospitalar (AIH). Eu peguei esse laudo e levei na assistência social. Lá uma pessoa chamada Irene ligou para a Vera (que afirmou ser assistente social). Ela me encaminharia para o hospital onde meu marido seria atendido, relata.

As duas marcaram um encontro em frente ao PSMC. Ednéia foi junto com a suposta assistente social Vera até um consultório onde foi atendida por um médico chamado Antônio Augusto. Ele me disse que eu teria que pagar um pacotinho no valor de R$ 2 mil para o meu marido ser atendido. Ele porém, garantiu que não poderia me atender porque iria viajar e que era para eu procurar o Dr. Wilson. Foi aí que eu comecei a perceber que tinha alguma coisa errada e resolvi procurar a Ouvidoria, conta.