Cuiabá | MT 26/04/2024
Rui Prado
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Quarta, 23 de outubro de 2013, 08h56

Homero Pereira: exemplo de força e coragem

 

 

Embora só tenhamos uma certeza na vida, a de que morreremos um dia, lidar com o que a morte representa ainda é muito difícil. No dia 20 de outubro, às 12h25, perdi um amigo, Homero Alves Pereira. O Mato Grosso e o Brasil perderam um grande líder.

 

Consegui visitá-lo dois dias antes de sua morte, quando Homero ainda estava lúcido. Saí de Cuiabá com um peso no coração e o sentimento de que estava indo me despedir. Mesmo debilitado por causa de um câncer muito agressivo e pelos indícios de um fim próximo, vi em seu rosto o mesmo semblante de quando o conheci: calmo, generoso e confiante. Homero foi tão determinado em sua vida e trajetória profissional quanto em sua luta para superar o câncer. Uma coerência que só é vista em grandes homens.

 

Durante o caminho que percorri entre o velório e o enterro de Homero, pensei na sorte e no privilégio que tive em conviver tão próximo a ele. Homero tinha o dom de saber ouvir e de acomodar diferentes ideias em torno de um projeto. Isso é para poucos. Neste momento de tristeza, devemos nos concentrar também em suas conquistas e comemorar este legado.

 

Trabalhamos juntos na Famato desde os tempos em que presidi o Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis. Quando assumi a presidência da entidade, busquei me espelhar em suas principais virtudes: determinação, coragem e paciência.

 

Foram muitos feitos e conquistas. Graças ao Homero, Mato Grosso conseguiu destaque no cenário político brasileiro que fizesse jus a sua liderança na produção de alimentos. Ele presidiu a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a maior do Congresso Nacional, formada por mais de 200 parlamentares, e mostrou como o setor amadureceu em seu trabalho de representação política.

 

Esta nova posição foi conquistada por mérito após sua decisiva participação nas negociações para a votação do novo Código Florestal. Poucos sabem que ele abriu mão da vaidade pessoal para garantir a aprovação de uma legislação ambiental que trouxesse novamente tranquilidade para o campo e um diferencial para o Brasil. Hoje podemos afirmar com orgulho e segurança: somos o país que mais produz alimentos com sustentabilidade no mundo.

 

Também preciso registrar sua liderança e articulação no movimento Tratoraço, em 2005, que reuniu mais de 25 mil produtores na Esplanada dos Ministérios para alertar sobre a crise pela qual a agricultura brasileira enfrentava. Estive lá e vi de perto a garra de Homero.

 

O agronegócio está órfão. Daqui para frente teremos uma enorme responsabilidade em conseguir manter o que o Homero conquistou para nosso setor.

 

Aos familiares e amigos, a Famato, o Senar-MT, o Imea e os 87 Sindicatos Rurais de Mato Grosso manifestam seu profundo pesar. Pedimos a Deus que conforte esta família tão exigida por este inimigo cruel, o câncer.

 

Obrigado Homero por tudo o que você fez para a atividade econômica que sempre vem garantindo o saldo positivo da balança comercial do país.

 

Descanse em paz, porque nós aqui continuaremos sua luta para defender a agropecuária brasileira. E lutaremos também para preservar sua memória. Tenha a certeza meu amigo, aprendemos muito com você. 

Rui Prado é produtor rural e presidente do Sistema Famato (ruiprado@famato.org.br)
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