Sexta, 24 de janeiro de 2014, 12h17

Rolezódromo do Geraldo

Um dos verbos mais usados pelos meus colegas que cobrem política é minimizar. Os políticos minimizam tudo – para eles tudo é apequenado e sem importância. Com o fenômeno dos “rolezinhos” também não seria diferente. Para os políticos, enfrentar a situação é “apagar fogo com gasolina” e outras respostas que não agradam a população. Tanto que uma pesquisa da Datafolha diz mais de 80% da população paulista é contra essa atividade de adolescentes.

Os contrários – a esmagadora população - ao fenômeno alegam que causam insegurança, pois se sentem ameaçados, pois ficam intranquilos em fazer compras ou mesmo passear nos shoppings. E estão com razão. Os adolescentes não admitem que vão provocar badernas, mas metem medo.

Por outro lado, os vendedores comissionados das lojas dos Shoppings também reclamam porque deixam de faturar. Eles se sentem mais prejudicados ainda. Os políticos se apressaram ao tentar explicar o fenômeno – os jovens querem mais praças de lazer, mais locais para se divertirem.
" Os jovens vão aos shoppings porque são os locais de ponto de encontro. Locais privados porque o poder público não cumpriu seu papel de cumprir com o dever de gastar o dinheiro dos impostos com praças, parques e outros"
Engraçado essa dos políticos – não vi nenhum rolezinho com faixas e cartazes reclamando de áreas de lazer. Os jovens vão aos shoppings porque são os locais de ponto de encontro. Locais privados porque o poder público não cumpriu seu papel de cumprir com o dever de gastar o dinheiro dos impostos com praças, parques e outros.

Se é uma propriedade particular, não permite invasão, pois essa atividade é crime. Onde o rolezinho começa a ser uma prática ilegal é que ainda não está claro. A única certeza é a ausência – mais uma vez - do poder público em oferecer áreas de encontros para nossa juventude.

Em ano eleitoral, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, já lançou o projeto do “rolezódromo”, que seria construído justamente para o encontro de adolescentes. Por enquanto é só uma ideia, mas não deixa de ser um avanço.

Enquanto o rolezódromo não vem, as redes sociais continuam sendo mural para encontros dos adolescentes em Shoppings. E não está fácil para realizar um. É pressão de todos os lados – seguranças e policiais de um e pais de outro impedindo que os filhos participem desses encontros. O certo é que está todo mundo assustado – incluindo os próprios organizadores.