CREAS é pioneira na implantação que resgata dignidade de moradores de rua

A secretaria de Promoção e Assistência Social de Várzea Grande por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) está executando no município abordagem de moradores que residem nas ruas. A ação faz parte da Tipificação Nacional de Serviço Sócioassistenciais resolução n° 109, de 11 de novembro de 2009, Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Uma equipe qualificada realiza a atividade percorrendo três vezes por semana (terça, quarta e quintas-feiras) período noturno das 17h às 20h, na cidade em busca de reféns desta dura realidade para reintegrá-los na sociedade. O acolhimento é feito de forma especial sistematizada para adquirir a confiança das pessoas em situação de rua, estes são encaminhados para abrigo, ou se necessário atendimentos médicos / social para assegurar o direito destes indivíduos. “O trabalho envolve a rede de assistência social e saúde do município com procedimentos legais para dar apoio, resgatar a dignidade humana, autoestima e reinserir-los na família e na sociedade. O programa alcança municípios de médio e grande porte, metrópoles a abrangência corresponde ao território de abrangência do CREAS de acordo com a incidência da demanda”, ressalta a secretaria de Promoção e Assistência Social, Mirian Hazama Gonçalves.

De acordo com a secretaria este serviço de proteção social de alta complexidade é dever dos municípios oferecer a estes indivíduos. A resolução tem a finalidade de disponibilizar serviço de acolhimento institucional, nas modalidades – abrigo institucional - casa-lar; casa de passagem e residência inclusa, esta normativa ressocializa os moradores de rua na sociedade resgatando a cidadania com proteção social básica e social especial, explica.

“Através deste trabalho de campo, percebi o quanto esses moradores de rua sofrem, e o quanto precisam de ajuda, carinho e atenção para saírem das ruas. Muitos deles foram parar nas ruas, porque bebiam muito e as esposas ou familiares os colocaram para fora de casa. Muitos saem por vontade própria, porque não aguentam tanto sofrimento em casa. Depois que estão nas ruas, fica difícil se reerguerem porque a sociedade muitas vezes os julgam como lixo”, relata a coordenadora Eva Nelson de Freitas.

“Pude enxergar nesses irmãos de rua o "próximo", perceber o sofrimento deles e tentar ajudar de alguma forma. O que eles precisam na verdade, é se sentirem amados, acolhidos, para que um dia, dignamente, possam retornar à sociedade”, emociona a secretaria.

A expectativa da secretaria de Promoção é minimizar os danos de vivência e violência nas ruas, preservando identidade, integridade e a história de vida destas pessoas. A reinserção na família e comunidade é fundamental para resgatar a cidadania. A equipe vai estimular ao convívio familiar, e mobilizar e fortalecer o convívio de redes sociais e apoio.

Acelerando nas questões sociais, o município avança nas implantações de leis que favorecem pessoas em condições de vulnerabilidade. “As pessoas que se encontra em situação de rua, estão na nossa responsabilidade e nos nossos cuidados, este é o papel da secretaria, compromisso de cumprir os serviços prestados no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), produzindo segurança social aos usuários conforme necessidade e a situação de vulnerabilidade e risco que se encontram. Efetivamos este serviço no município por meio da aferição e busca pelas ruas destas pessoas, e o intuito maior é satisfazer os usuários e obter mudanças efetivas e duradouras em sua condição de vida, na perceptiva do fortalecimento de sua autonomia e cidadania”, enfatiza Mirian.

Estes usuários estão sendo beneficiado com serviços de proteção social básica, com a proteção e atendimento integral à família (PAIF), serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, e recebe proteção social especial, serviço de proteção e atendimento especializado a família do indivíduo (PAEFI) com abordagem especial.

Na oportunidade a secretaria frisa que a Abordagem de rua fortalece a função protetora da família, contribui na melhoria da sua qualidade de vida; previne ruptura dos vínculos familiares, supera a situação de fragilidade social vivenciada; promove aquisições materiais e sociais às famílias; acesso a benefícios; serviços setoriais contribuindo para usufruto de direito; apoio as famílias que tem indivíduos que necessitam de cuidados por meio da promoção de espaços coletivos de escuta e troca de vivencias familiares.

O Caps (Centro de Atendimento Psicosocial) está sendo parceiro disponibilizando apoio psicossocial para tratamento de moradores de rua que são dependentes químicos. Segundo dados apresentado pelo CREAS existem 100 moradores de rua em Várzea Grande, a maioria são oriundos de outras cidades e estados.

“Os moradores recebem trabalho Social de acolhida, trabalho de terapia estudo social, visita domiciliar, orientação e encaminhamento, grupos de famílias, acompanhamento familiar, atividades comunitárias, campanhas socioeducativas, promoção e acesso a sociedade como cidadãos”, pontua a coordenadora.

ABERTURA DOS TRABALHOS – Os trabalhos foram iniciados dia (21.12.10), com o dia Resgate da Cidadania no Fiotão, durante o dia todo e finalizando com um jantar, no Restaurante Popular. Inúmeros serviços aos assegurados foram garantidos como da saúde, banho, corte de cabelos, doação de roupas. Os especialistas como psicólogos, assistentes sociais e pedagogos apoiaram cada um de acordo com sua necessidade, realizando atendimentos a 30 moradores de rua, sendo 27 homens e três mulheres. A equipe de educadores realizou várias visitas a estas pessoas, conquistaram a confiança deles e convidaram a participar do dia especial para os moradores de rua. A secretária acrescenta que foi perceptível a satisfação das pessoas atendidas pela ação.

ABRIGO INSTITUCIONAL – A secretaria adianta que já está viabilizando locais para amparar as pessoas que não possuem familiares e oportunizar atendimentos contínuos para ressocializar os indivíduos na sociedade.

O CREAS está localizado na Avenida Castelo Branco, s/n°, antiga Fundação Eliane Gomes, telefones 3688.3084 / 3078. As pessoas que sensibilizarem com situação de moradores de rua, ou em caso que sentirem ameaçados pelos mesmos, podem utilizar e-mail, creasvg@hotmail.com, ou o disk denúncia 0800.647.0018.