Cuiabá | MT 27/04/2024
Vilson Nery e Antonio Cavalcante Filho
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Terça, 18 de junho de 2013, 17h29

Por que protestas?

Graças à evolução das pessoas em reconhecer cada vez mais os seus direitos civis ao longo do tempo e exigir respeito a eles, fica cada dia mais difícil aos trapaceiros enganar a todos (ou a maioria) durante muito tempo.

Ora, se você vai ao supermercado e encontra, na prateleira, um produto vencido, você protesta, reclama com o gerente. Se vai a uma loja de móveis e compra uma geladeira com defeito, de imediato aciona o Procon, pedindo pela intervenção na defesa de seus interesses de consumidor.

Nas relações sociais é a mesma coisa.

Se o cidadão está insatisfeito, protesta!

E motivos de insatisfação generalizada é o que não faltam em nossos dias, basta uma rápida observação no cotidiano da política e da administração pública. Em todas as esferas de governo, no judiciário e no legislativo, pululam motivos para alimentar o desgosto popular.

Quer ver?

Começando por Brasília. A presidenta muda a composição de sua equipe administrativa, nomeia ministros e dirigentes estatais somente interessada na cooptação de lideranças (para a próxima eleição), gere o país do mesmo modo como se administra uma prefeitura da periferia do estado do Acre (desculpem, acrianos).

O partido político que dirige o Brasil há dez anos vem a público e diz que é necessário e urgente extinguir o monopólio do sistema financeiro, dos meios de comunicação e das oligarquias rurais (sobre a terra). Ora, mas há uma década eles flertam com os banqueiros (e lhes dão lucros generosos), ignoram solenemente a reforma agrária e patrocinam os interesse da Editora Abril e da Rede Globo (com gordas verbas publicitárias).

Em Mato Grosso, óh pobre Mato Grosso!

A gestão da educação ficou a cargo de um médico e a administração da saúde entregue a um contador. Deu no que deu, quatro bilhões do orçamento da educação e um bilhão e meio antes destinados à saúde simplesmente jogados no ralo, enquanto existem pessoas morrendo por falta de remédio no posto de saúde e crianças vão à ruas (se drogar) por falta de escola.

“Até” o TCE já reclamou!

Políticas de saúde preventiva (fitoterapia, homeopatia etc.) e escola em tempo integral (com aulas de teatro, música e reforço de aprendizado), nem pensar!

Deram a gestão do setor de política cultural para uma “artista” (e põe artista nisso) que precisava de foro privilegiado.

O legislativo, esse não existe, não faz lei e não fiscaliza (os demais). Igual ao Ministério Público e o Tribunal de Contas. Os fiscais querem cobrar dos agentes políticos o zelo à tão falada transparência (na arrecadação e gastos de recursos públicos), mas ignoram eles próprios a Lei de Acesso a Informação (Lei 12.527/2011).

Tente descobrir algo sobre a gestão do TCE e do MPE nos respectivos sites!

O judiciário é outro mundo à parte. Mesmo que o orçamento dobrou em sete anos, de 2006 até 2013 o incremento foi espetacular, o atendimento aos cidadãos piorou em quantidade e qualidade (não há pacificação social). O salário dos servidores do judiciário também encolheu. Resta saber para onde foi destinado o excesso de arrecadação e os recursos do Funajuris (um fundo sem fundo e sem prestação de contas).

Nesse particular é igualzinho ao Tribunal de Contas (que tem o Fundecontas, outro fundo sem fundos e sem prestação de contas). O TCE pediu um incremento ao orçamento no ano fiscal de 2006, dizendo que era para construir o tal prédio novo, mas se “esqueceu” de retirar o anexo (plus) nos orçamentos seguintes. E o engraçado é que, mesmo modernizado (e com muita grana), corrupto punido pelo Tribunal de Contas somente aquele “prefeitinho” da cidadezinha do fim do mundo.

E no judiciário aquele político ficha suja ainda continua escolhendo a dedo os juízes que podem julgá-lo!

E a nossa prefeitura de Cuiabá?

Bom, parte dos secretários municipais deveria estar numa delegacia sendo interrogado pelas autoridades ou no Presídio Central, pagando seu débito com a sociedade (respondendo) pelos processos de homicídio, lesões corporais, porte de arma, crime eleitoral, peculato etc.. Mas não, por decisão do senhor prefeito, os réus estão livremente propondo gestão, criando e executando as políticas públicas, um achincalhe ao conceito de Ficha Limpa (tão sonhado pelo povo).

O gestor-chefe de Cuiabá, antes de eleito prefeito era um bem sucedido empresário, reclamava do alto salário dos políticos e protestava contra a enorme carga tributária. E o que fez quando assumiu o poder? Aumentou o IPTU (imposto sobre imóveis) e atrelou o salário dos “amarelinhos” a quantidade de multas que pudessem aplicar contra os contribuintes. Depois aumentou o próprio salário e o vencimento dos nobres vereadores. Insatisfeito, criou uma “corte de vassalos” para acompanhar a própria esposa (gabinete paralelo).

Certamente há motivos para que protestes! 

Vilson Nery e Antonio Cavalcante Filho são militantes do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral) Comitê de Mato Grosso.
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