Cuiabá | MT 29/04/2024
Onofre Ribeiro
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Quarta, 18 de setembro de 2013, 17h54

Amanhã, que amanhã?

Tenho participado de sucessivos encontros empresariais, ora como palestrante, ora como moderador de debates ou como assistente. Em todos, sem exceção, o tema planejamento estratégico para o futuro aparece em menor ou em maior grau de preocupação.
Alguns dados assustam nesse futuro, mas parece não importunar os setores governamentais, porque desde o governo Dante de Oliveira não se planejou o futuro. Mesmo Dante errou muito porque planejou um estado que estava quebrado e fora do eixo. Seu plano conseguiu manter alguns eixos, mas teve que se readequar ou abandonar quase todos os propósitos fundamentais para substituí-los pela reforma fiscal que fez na administração de Mato Grosso.
Por exemplo, como preparar um estado com um perfil geométrico de produção, de serviços e de comércio? Vejamos alguns dados abaixo: A produção de soja que foi de 38 milhões de toneladas em 2012/2013, será de 68 milhões em 2021/22. Milho, que foi de 24 milhões, será de 29 milhões de toneladas. No geral, todos os segmentos da produção agropecuária deverão cresce 76% entre 2013 e 2022.
Há que se considerar ainda que toda a produção atual se deu em 7,9 milhões de hectares, e o estado possui ainda 13,4 milhões em condições de serem usados para a agricultura e a pecuária. Ainda assim, o acréscimo de 76% esperado para 2022, usará só 12 milhões de hectares, restando ainda 8 milhões de hectares sem uso.
Imagine-se a quantidade de transporte que envolvem esses números, a quantidade de agroindústrias, a quantidade de empregos, a demanda de energia, a demanda das cidades, as demandas do comércio, dos serviços de educação, de saúde, de todas as naturezas, novos aeroportos, novas avenidas e novas rodovias, novos sistemas de transporte, etc.etc.etc.
Pior mesmo é imaginar que os governos se contentam e se limitam a falar em planos que nada mais são que sonhos de verão diante desses cenários tão grandes. Há quantos anos ninguém planeja Mato Grosso. E quais as intenções de real planejamento futuro? Nenhuma. Os governantes atuais e os futuros falam em planos, a partir de planilhas elaboradas genericamente por empresas de consultoria especializadas em fazer poesia com o futuro de governos e de governantes sem responsabilidade com o futuro.
Deixo essas reflexões, absolutamente desanimado com as respostas. Planejar pra que, se pode administrar com algumas entrevistas na mídia e discursos de ocasião? 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso onofreribeiro@terra.com.br
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