Cuiabá | MT 29/04/2024
Onofre Ribeiro
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Sexta, 26 de abril de 2013, 09h33

Contradições de MT

Participei nesta última segunda-feira da audiência pública para apresentação da proposta de uma Lei de Eficiência Pública, que a Assembleia Legislativa deverá propor em breve. O economista Paulo Rabello de Castro fez uma ampla apresentação que assinalou o potencial econômico do estado, com sua lerdeza de se impor frente ao governo federal, e às suas contradições financeiras. Principalmente as contradições financeiras, debitadas ao governo estadual.
A despesa com pagamento de pessoal no governo estadual tem crescido à razão de 16,6% ao ano, contra um crescimento da receita de 12,5% ao ano. Está se acumulando “um abismo que não vai resultar em boa coisa”, profetizou o economista. Isso, lembraria na audiência, o deputado José Riva, sem que resulte em eficiência da máquina pública, mais inchada e cada vez menos eficiente.
De outro lado, existe o desconforto com o tratamento “de parente ausente” que o governo federal dedica a Mato Grosso,” uma locomotiva estadual altamente produtiva para um Brasil que cresce, mas que precisa se posicionar para se impor”, disse Rabello. Nesse aspecto, ele repetiu as teses que defendera uma semana antes na abertura do 8º.Circuito da Soja, quando exasperou contra o governo federal, chamando a atenção do setor do agronegócio para a sua responsabilidade civil e econômica. De novo, Rabello foi duro com o “parente ausente”. “Não devíamos perder um minuto com as autoridades federais. Eles tem que ser tratados de outra forma. Estão abusando da nossa paciência”.
Curiosamente, essas referências foram feitas em duas semanas em que seis ministros estiveram em Mato Grosso assinando convênios e prometendo investimentos, dentro dessa corrida de antecipação da eleição presidencial. Na semana que vem o ministro da Saúde também virá pra mais uma improdutiva visita ao Pronto Socorro da capital, em caos há pelo menos dez anos.
Mato Grosso tem produção econômica crescente, tem baixíssimos investimentos em saúde, educação e segurança pública, além de gargalos cruéis em logística. Para esta, Paulo Rabello de Castro estima em R$ 20 bilhões os investimentos necessários. Esperar recursos federais exclusivamente é utopia. Para isso apresentou uma equação que envolve recursos federais, estaduais e empresariais destinados a rodovias, ferrovias, hidrovias e aeroportos na proporção de 4 mil km de rodovias 1 mil de ferrovias. Segundo ele, um investimento desses tem capacidade de se multiplicar em R$ 80 bilhões, através da construção civil, de máquinas e equipamentos, comércio, etc.
Da parte do governo estadual isso se conseguiria com economia sobre a folha de salários contida numa margem igual ao crescimento da receita arrecadada em ICMS, junto com o melhor aproveitamento do mercado financeiro, mais fundos estaduais e parcela federal se atingirá $ 2,5 bilhões anuais para os investimentos em logística, proporcionais ao crescimento da produção mato-grossense futura. Projeções indicam que até 2022 Mato Grosso produzirá 68 milhões de toneladas de grãos, contra os atuais 38 milhões. A demanda por logística dobrará por conta dos desdobramentos de todas as demais áreas da produção.
O assunto encerra no próximo artigo. 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso onofreribeiro@terra.com.br
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