Cuiabá | MT 29/04/2024
Onofre Ribeiro
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Sexta, 19 de abril de 2013, 12h42

Crise, o futuro

Nesta série de artigos o que está puxando mesmo é a questão da logística para o escoamento da produção de grãos produzidos em Mato Grosso e o abastecimento de máquinas e de insumos para as safras. É importante puxar o assunto, porque as rodovias federais no Estado e as estaduais estão no limite da qualidade e da capacidade de suportarem os sucessivos aumentos de safras de grãos. Só pra registrar: neste ano, com uma safra de milho e soja de 39,1 mil toneladas, as rodovias chegaram ao quase travamento total. Para desembarque de soja no terminal ferroviário de Alto Taquari formaram-se filas de 140 km desde Alto Garças. A tendência é piorar, porque com esse problema a safra de soja está encavalando com a de milho seguinte, e este com a de soja seguinte. Se isto não for o limite, então está tudo bem e estamos falando só da paranoia dos produtores.
O futuro preocupa, porque logística leva no mínimo cinco anos pra ser destravada. E as safras tendem a crescer cada vez mais. Por isso os dados a seguir, projetados pelo Instituto Matogrossense de Economia Aplicada-Imea, no estudo “Projeções do Agronegócio em Mato Grosso para 2022”.
O crescimento populacional mundial de hoje, que é de 7,1 milhões, deverá ser de 7,8 milhões em 2022. Ela deverá migrar dos atuais 45% de população rural para 55% de populações urbanas, aumentando a demanda por mais alimentos. Isso significa mais novos 700 milhões de habitantes deixando de produzir no campo e se mudando para as cidades em todo o mundo. A renda per capita no mundo deverá sair de U$ 7.407 para U$ 9.567 em 2022, sugerindo mais dinheiro pra comer.
Já Mato Grosso possui 13.492,673 hectares abertos para agricultura, que poderão ser muito potencializadas com novas tecnologias, plantio em áreas de pastagens e, quem sabe, a solução de parte da logística precária da atualidade? A produção de soja no Estado, de 24,1 milhões de toneladas em 2007/2008 produzidas em 7,9 milhões de hectares, deverá alcançar 39,1 milhões de toneladas, em 11,9 milhões de hectares. Vê-se, portanto, a introdução fortíssima de tecnologias resultando em crescente produção.
Bom lembrar que no conjunto do Brasil, que em 2022, Mato Grosso sozinho responderá por 40% da produção de soja, com pouca relevância em aumento de áreas cultivadas. O milho seguirá fortes proporções, saindo das atuais 15,5 mil toneladas para 28,6 mil em 2022, respondendo por 36% da produção brasileira, com pouquíssimo aumento de novas áreas de cultivo. O algodão que hoje é de 694 mil toneladas deverá alcançar 895 mil toneladas, e a carne bovina sairá das atuais 1.212 mil toneladas para 1,71 mil toneladas em 2022, respondendo por 14% da produção brasileira.
Conclusivamente, a produção de soja e milho de Mato Grosso em 2022 deverá ser de 67 milhões de toneladas, numa área plantada de 11,9 mil hectares.
Se isso não for estratégico para motivar a solução dos atuais problemas de logística e todos os demais problemas do setor, então perdeu-se completamente no Estado e no governo federal, a noção de planejamento estratégico. 

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso onofreribeiro@terra.com.br
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