Cuiabá | MT 19/03/2024
Gabriel Novis Neves
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Terça, 23 de abril de 2013, 13h27

Mentirinha

Quando um político está descontente com o partido que o elegeu procura o mais rápido possível deixá-lo por outro que lhe ofereça melhores prendas.

Sem a menor cerimônia faz uma consulta prévia ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ter certeza que não perderá o seu mandato.

Por si só, essa conduta é uma ofensa aos bons princípios, pois o mandato pertence aos partidos, e não, aos eleitos.

Enfim, essa lei da fidelidade partidária veio para frear um pouco a sem-vergonhice de pula-pula de partidos, tudo por vantagens pessoais.

Muitos políticos, em várias eleições, nunca se reelegeram pela mesma agremiação partidária.

Na verdade, a política é uma grande empresa de negócios, onde existem inúmeros produtos.

Falar em ideologia, ideal, vocação para a vida pública, é piada das boas nesse mundo de interesses pessoais e negócios inexplicáveis.

Quando as portas mais confortáveis estão fechadas para determinadas ovelhas, elas criam os seus próprios partidos.

Neste momento, estamos assistindo ao nascimento de um novo rebento, embora o governo faça tudo para abortá-lo.

É um conglomerado de gente rodada pelos mais diversos partidos existentes no mercado, e que procura o seu ponto de sucesso.

“Arca de Noé” fica como sugestão para ajuntamento de descontentes, que sempre existirão em todos os desestruturados partidos existentes na praça.

O que menos preocupa aos trânsfugas é como ficarão os seus correligionários, aqueles militantes que enfrentaram o bom debate com o adversário, e hoje, prováveis aliados.

Por favor, não venham me justificar tais atitudes com essa história de que os meios justificam os fins.

Pureza ideológica nós encontramos nos torcedores de futebol, onde jamais um flamenguista mudará para vascaíno.

Um país sem ideias é um país estéril, onde só vigorará seres produtos de inseminação artificial, quando a fisiologia é substituída pela mentirinha.

Diante desse quadro de imaturidade política, resta-nos o silêncio covarde e reprovador.

O pior é que temos que dizer que tudo vai bem no país da mentirinha.

Para ser popular, que é o caso do político, “tem que ser medíocre”. 

Gabriel Novis Neves é mèdico em Cuiabá e ex-reitor da UFMT
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